General Heleno adia depoimento à PF sobre 'Abin paralela
Augusto Heleno é ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional

O depoimento do general Augusto Heleno à Polícia Federal sobre o suposto esquema de espionagem ilegal usando a estrutura da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), previsto para esta terça-feira (6), foi adiado e ainda não há uma nova data prevista. O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, função que exerceu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi convocado na semana passada para depor na condição de investigado, mas a defesa do militar alegou não ter tido ainda acesso aos autos do processo.
A Abin era subordinada ao GSI no período em que uma suposta 'Abin paralela' teria investigado autoridades públicas, entre parlamentares, ministros do executivo e do judiciário, além de jornalistas. A reportagem procurou a defesa do general Heleno, mas ainda não obteve resposta.
As operações Última Milha e Vigilância Aproximada, da Polícia Federal, investigam o suposto uso ilegal da estrutura da Abin para espionagem ilegal de adversários políticos da família Bolsonaro. Na mira dos agentes, entre outras pessoas, estão o ex-diretor-geral da agência Alexandre Ramagem e o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.
A suspeita é de monitoramento ilegal de autoridades brasileiras, jornalistas e advogados, esquema que começou a ser investigado em 2023. Entre os monitorados ilegalmente, estariam os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Morais, além do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia.
No último dia 29, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo Carlos Bolsonaro o foco da investigação. O celular dele e pelo menos três computadores foram apreendidos.
Mensagens no celular
A Polícia Federal encontrou uma troca de mensagens no celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, entre ele e Luciana Almeida, assessora do vereador Carlos Bolsonaro, em que ela pedia "ajuda" relacionada a um inquérito policial relacionado à família Bolsonaro.
Segundo a corporação, as mensagens indicam que "o núcleo político [do esquema] possivelmente se valia de Ramagem para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas".
A operação da PF, que também mirou o militar do Exército Giancarlo Rodrigues, cedido à Abin durante o governo Bolsonaro, apura os destinatários das informações obtidas a partir do suposto esquema de monitoramento ilegal com sistemas da agência. Um computador que pertence à Abin foi apreendido durante a operação da Polícia Federal no endereço de Rodrigues. A esposa dele, que não é alvo da operação, é servidora da Abin em Salvador.
Segundo a PF, a nova operação avançou na apuração justamente desse núcleo político do suposto esquema, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente.
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