Política

Lula se reúne com presidente da Bolívia para discutir futuro do país depois de tentativa de golpe

Chefe do Executivo brasileiro também vai se encontrar com movimentos sociais e empresários em agenda nesta terça-feira (9)

Por R7 09/07/2024 09h09 - Atualizado em 09/07/2024 09h09
Lula se reúne com presidente da Bolívia para discutir futuro do país depois de tentativa de golpe
Os presidentes Lula e Luis Arce (Bolívia) - Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda, nesta terça-feira (9), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Entre os compromissos públicos, estão uma reunião com o presidente boliviano Luis Arce para tratar da tentativa de golpe no país, realizada no fim de junho, além de uma cerimônia de assinatura de atos, declaração à imprensa e encontros com movimentos sociais e empresários.

Lula quer assumir o papel de mediador para atenuar a briga política na Bolívia, entre Arce e seu antigo padrinho político, o ex-presidente Evo Morales. Ambos buscam a preferência do Movimento ao Socialismo para disputar a candidatura à Presidência em 2025 e rivalizam pelo controle do partido.

O general Juan José Zúñiga foi preso por comandar o levante. O militar acusou Arce de encomendar a ele um “autogolpe” para reverter a baixa popularidade — o governo nega. A partir de então, Evo fez coro com opositores, passou a questionar a versão oficial e a disseminar a narrativa de que tudo não passou de armação.

Por estar no cargo, o grupo de Arce entende que o atual presidente teria a prerrogativa de disputar seu segundo mandato, em 2025. Mas Evo deseja voltar ao poder, embora tenha sido considerado impedido pelo tribunal constitucional. Arce, por sua vez, afirma que a decisão deve ser das organizações sociais que são a base do Movimento ao Socialismo.

A tentativa de golpe na Bolívia ocorreu em meio à queda na exportação de gás natural, contração nas reservas de dólar e inflação. Naturalmente, o descontentamento da população afeta a popularidade de Arce. Agora, Lula vai conversar com o boliviano para debater o golpe militar e o futuro do país, a fim de afastar qualquer medida irrazoável no continente e fortalecer os membros do bloco latino-americano.