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Saiba o que falta para o X voltar a funcionar no Brasil

Plataforma pagou multa imposta por Moraes, que ainda vai decidir sobre o pedido de desbloqueio feito pela rede

Por R7 08/10/2024 11h11
Saiba o que falta para o X voltar a funcionar no Brasil
Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A rede social X (antigo Twitter) precisa do aval do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para voltar ao ar no Brasil. A plataforma pagou a multa de R$ 28,6 milhões imposta pela Corte, mas o desbloqueio não é automático. Moraes aguarda o posicionamento da PGR (Procuradoria-Geral da República) antes de decidir sobre o pedido de desbloqueio feito pela rede.

A rede social está bloqueada no Brasil desde 31 de agosto por não cumprir a determinação de indicar um representante legal no Brasil, o que é exigido para todas as empresas internacionais que atuam no país. Além de estar fora de ar, o X precisava arcar financeiramente com as punições estabelecidas judicialmente.

. R$ 10 milhões por descumprir, em dois dias (19 e 23 de setembro), a decisão que determinou a suspensão da plataforma no Brasil. O X usou IPs dinâmicos, o que permitiu que o aplicativo voltasse a funcionar temporariamente para alguns usuários brasileiros;
. R$ 300 mil por dificultar o recebimento de intimações judiciais. A multa foi imposta à advogada Rachel de Oliveira, representante legal do X;
. R$ 18,3 milhões por descumprir decisões do STF para suspender perfis investigados por espalhar fake news, discurso de ódio e ataques às instituições.

Na segunda-feira (7), a Caixa Econômica Federal transferiu ao Banco do Brasil a multa, paga de forma equivocada pela rede. Na semana passada, a plataforma enviou o dinheiro para uma conta bancária diferente da que o Supremo informou para o recebimento da multa. O X tinha que fazer o depósito em uma conta do Banco do Brasil, mas enviou para uma conta da Caixa.

Entenda o caso

O comando para a suspensão, enviado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e às operadoras de serviços digitais, ocorreu depois de uma série de descumprimentos de ordens judiciais pelo dono da empresa, o bilionário Elon Musk.

Entre os mandados, estavam a nomeação de um representante legal em território nacional e o bloqueio de pelo menos nove contas de pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

No dia 20 de setembro, a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova foi indicada como representante legal da empresa no país. Villa Nova ocupou esse posto antes de a plataforma ser suspensa no fim de agosto.

Embate entre X e Moraes

Em 13 de agosto, a conta oficial da equipe de assuntos governamentais globais da plataforma divulgou uma decisão sigilosa do ministro Alexandre de Moraes, assinada em 8 de agosto. O documento ordenava o bloqueio de perfis populares, incluindo o do senador Marcos do Val.

Moraes exigia a suspensão dos acessos e monetizações dos perfis em duas horas, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Do Val criticou a decisão, chamando-a de inconstitucional e um abuso de autoridade, e afirmou que buscaria tribunais internacionais. A página do senador e outros perfis mencionados permaneceram ativos.