MPF cobra esclarecimentos sobre morte de peixes-boi em Porto de Pedras e prorroga investigação ambiental
Espécie símbolo do Litoral Norte de Alagoas, morte de peixes-boi é foco de investigação sobre possível contaminação hídrica no rio Tatuamunha

O Ministério Público Federal (MPF) informou na manhã desta quarta-feira (15) que expediu ofícios ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) e ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) para obter laudos de necropsia, relatórios de monitoramento da água e informações sobre medidas preventivas adotadas após a morte de dois peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) no município de Porto de Pedras.
Os animais, conhecidos como Netuno e Paty, viviam em recinto de aclimatação mantido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, e morreram nos dias 21 e 22 de agosto de 2025. O caso foi levado ao MPF pela Associação Peixe-Boi, que atua na região da APA Costa dos Corais, e despertou grande comoção entre moradores, profissionais de turismo e ambientalistas locais.
Contaminação – Relatório técnico elaborado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e juntado aos autos apontou a presença de herbicidas agrícolas — ametryn e prometryn — nas amostras coletadas no rio Tatuamunha. As substâncias são utilizadas em lavouras de cana-de-açúcar e milho e não têm uso doméstico ou industrial, o que indica possível origem agrícola da contaminação.
O estudo também identificou níveis acima do permitido de turbidez (água turva), ferro e fósforo, além de pequenas concentrações de compostos orgânicos como etilbenzeno e tolueno. Embora as análises não sejam conclusivas quanto à causa das mortes, os resultados reforçam a necessidade de aprofundar as investigações sobre a qualidade da água e seus impactos sobre o ecossistema local.
Símbolo – Os peixes-boi são reconhecidos como embaixadores da conservação marinha na região, atraindo visitantes e integrando o turismo sustentável da Rota Ecológica dos Milagres. O terceiro animal do grupo, chamado Assu, sobreviveu e foi transferido para a base do ICMBio em Itamaracá (PE), onde segue em recuperação.
Para a procuradora da República, Juliana Câmara, a preservação dos peixes-boi é uma responsabilidade compartilhada entre poder público, sociedade e setor produtivo. “O peixe-boi é mais do que um símbolo ambiental — ele representa o equilíbrio entre a natureza e as comunidades que dela dependem. Entender o que causou essas mortes é essencial para proteger não apenas a espécie, mas todo o ecossistema do Tatuamunha”, afirmou.
O MPF reforça que acompanha o caso para garantir a proteção da biodiversidade, a responsabilização em caso de dano ambiental e a adoção de medidas preventivas que evitem novos episódios.
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