Economia

“Os postos sofrem tanto quanto a população com o aumento dos combustíveis”, disse o presidente do Sindicombustíveis em entrevista à Nova Farol FM em Palmeira

Entrevista foi concedida ao programa Na Mira da Notícia

Por Henrique Interaminense 16/03/2022 09h09 - Atualizado em 16/03/2022 10h10
“Os postos sofrem tanto quanto a população com o aumento dos combustíveis”, disse o presidente do Sindicombustíveis em entrevista à Nova Farol FM em Palmeira
James Thorp Neto, Presidente do Sindicombustíveis de Alagoas - Foto: Reprodução

O Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (SindiCombustíveis), James Thorp Neto, concedeu entrevista ao programa Na Mira da Notícia, na Rádio Nova Farol FM em Palmeira dos Índios na noite desta terça-feira (15).

James Thorp ajudou a entender as causas dos constantes aumentos da gasolina. “A Petrobras não adotava a Paridade de Preços Internacionais (PPI) e isso levou a empresa a certa dificuldade porque não conseguia dar rendimento aos acionistas. Ela é uma empresa com uma parte pública e outra privada e precisa dar uma satisfação. A partir de 2016, a empresa passou a adotar a PPI e os preços começaram a flutuar tanto na baixa como na alta com o dólar. Nós, donos de postos e a população, começamos a verificar essa mudança. Neste último ano, houve até uma baixa durante a pandemia por conta do baixo consumo. Com a retomada econômica, começamos a ter uma reação do preço do petróleo e agora, consequentemente com a guerra houve um aumento ainda maior do barril do petróleo, foi quando a gente passou a sofrer uma influência negativa por causa do aumento dos preços,” destacou.

Ainda falando da influência da guerra na Ucrânia, ele disse que não é possível prever valores, mas é possível ter mais aumentos. “É uma incógnita a gente falar valores, mas a guerra pode influenciar mundialmente e pode ter mais aumentos. Isso é uma coisa que a gente tem que acompanhar no dia a dia e torcer para que as coisas se acalmem para que a gente não sofra com novos aumentos.”

Perguntado sobre como o sindicato está atuando para tentar ajudar a frear os preços dos combustíveis, ele explicou que atua acompanhando autoridades e buscando apoio para aprovar projetos que podem amenizar os altos preços. “A Câmara Federal e o Senado Federal aprovaram a Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/2021 e isso já deu uma possibilidade de redução nos tributos. Esse é o papel do sindicato, a gente junto com a federação que é a Fecombustíveis que nos representa. A gente estava bastante atento acompanhando e buscando apoio junto dos nossos parlamentares para que isso realmente acontecesse porque pelo menos ameniza. Pra se ter uma ideia, na segunda-feira já houve uma redução no PIS e Cofins no diesel, o que representa uma diminuição de R$0,32 no preço que já dá pra aliviar. Foi aprovado também a monofasia da parte do ICMS, que é importo estadual, mas isso depende de uma regulamentação do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e a gente tá acompanhando de perto e torcendo para que isso aconteça o mais rápido possível porque pode acontecer uma baixa na gasolina e no diesel pela redução da carga tributária estadual.”

Outra solução, segundo ele, é um projeto que tramita na câmara. “Esse projeto tenta ajudar de certa forma. A Petrobras iria continuar balizando pelos preços internacionais, mas ela formaria uma espécie de colchão, já que ela tem uma grande parte que é pública, alimentado pelos dividendos que coubessem a parte pública à união para alimentar esse colchão que seria uma forma de amenizar as grandes altas e também nas baixas. Também acumularia recursos para bancar uma eventual alta. Isso daria certa estabilidade, o consumidor na ponta e os postos sentiriam menos essas oscilações.”

Para finalizar, James Thorp destacou que os postos de gasolina estão sofrendo tanto como a população com esses aumentos do combustíveis. “A gente não aguenta mais pagar por um produto tão caro com as margens de lucro cada vez menor tornando os postos numa situação muito difícil exigindo cada vez mais capital de giro com e rentabilidade menor, a gente é solidário a população e torce para que o governo e as autoridades encontrem uma solução para que os postos possam voltar a ter uma vida empresarial normal junto com a população com os combustíveis mais baratos.”