Procurador tinha histórico de problemas com mulheres, diz MP
Segundo testemunhas, Demétrius Oliveira enfrentava suas chefes mulheres, mas não demonstrava a mesma hostilidade quando subordinado a homens
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) afirmou que o procurador Demétrius Oliveira de Macedo tem um histórico de problemas com as mulheres em seu ambiente de trabalho. Ele foi preso por espancar sua chefe, a procuradora-geral de Registro, Gabriela Samadello Monteiro, depois de ser denunciado por ter destratado outra funcionária.
"Não só quanto à vítima desse caso, mas quanto a outras mulheres, que falam abertamente: quando se tratava de um homem ocupando essa posição de destaque, o comportamento era totalmente diferente, de acatar ordem, de fazer o trabalho da forma como era pedida, enfim, de entregar aquilo que se espera", afirmou o promotor Daniel Godinho, um dos responsáveis por apresentar a denúncia contra o procurador por tentativa de feminicídio. A acusação foi aceita pela Justiça, e Demétrius responde ao processo em prisão preventiva.
"Quando uma mulher ocupava esse cargo, o comportamento se alterava. Para esse comportamento de enfrentamento, e de não se conformar de estar em uma posição em que uma mulher ocupa um cargo de superioridade hierárquica. Isso surge muito claramente nas nossas apurações."
Os promotores consideraram esse histórico para afirmar que a violência foi causada pelo desrespeito à condição de mulher da vítima (por isso a denúncia de tentativa de feminicídio). Samadello também afirmou, pouco depois do episódio, que foi agredida porque o agressor não aceitava ter uma mulher acima dele.
Demétrius Oliveira de Macedo terá dez dias para apresentar sua defesa prévia. Os promotores defendem a manutenção de sua prisão preventiva, por ele representar perigo à vítima e a testemunhas da agressão.
O caso
Imagens gravadas no momento da agressão mostram a sequência de socos e chutes em Gabriela Samadello, que ficou com diversos ferimentos, principalmente na cabeça. Outras mulheres tentaram segurar o agressor, mas ele chega a empurrar uma com força contra uma porta e continua a socar a colega de trabalho.
A agressão ocorreu no dia 20, logo depois de a procuradora abrir um processo contra Demétrius por ele ter destratado outra funcionária. Na ocasião, Demétrius prestou depoimento à Polícia Civil e foi liberado. Ele alegou que estava sendo moralmente assediado. No começo da investigação, ele responderia pelos crimes de desacato e lesão corporal.
Com a repercussão do caso, a partir do dia 21, a Prefeitura de Registro afastou o procurador de suas funções, com suspensão de pagamento do salário. Na manhã do dia 23, após uma decisão judicial, Demétrius foi preso de forma preventiva em uma clínica psiquiátrica de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
A decisão atendeu a um pedido da Polícia Civil, por meio do delegado Daniel Vaz Rocha, do 1º Distrito Policial de Registro. De acordo com o despacho do delegado, o acusado “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo a vida delas e, consequentemente, a ordem pública”.
O inquérito policial instaurado para apurar o caso reuniu fotos e vídeos da agressão, além de depoimento da procuradora-geral, para fundamentar o pedido de prisão preventiva. O MP também abriu investigação sobre o caso.
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