Quando o assunto é Copa do Mundo, Taffarel é um dos nomes máximos do Brasil. Ele presenciou e esteve em campo em jogos traumáticos, como a eliminação precoce nas oitavas, em 1990, para a Argentina de Maradona e Caniggia – para ele, mais triste do que os 3 a 0 na final de 1998, que deram o título para a França.

Quatro anos antes, ele viria a se consagrar como o herói do tetracampeonato, ao defender a cobrança do italiano Massaro e, depois, ver Baggio isolar a bola. Na opinião do atual preparador de goleiros do Galatasaray, da Turquia, Julio Cesar tem qualidade suficiente para vestir a camisa de arqueiro da seleção brasileira.

“É muito importante ter um treinador que confia no seu trabalho. Isso dá força para que você se recupere e possa retribuir a confiança em campo”, acrescentou o ex-goleiro, em entrevista ao Estado de S. Paulo, sobre a atitude de Felipão de bancar a manutenção do camisa 12 na seleção.

Taffarel acredita que Julio Cesar já superou a falha nas quartas de final da Copa de 2010, no gol que ajudou a Holanda a eliminar o Brasil da competição. “Isso é passado. Ele continua com crédito para ser titular”, acredita.

Para o ex-goleiro, o trio de arqueiros, completado por Victor e Jefferson, foi escolhido com base na tranquilidade demonstrada pelos atletas em campo. Falhas ou “frangos” em uma Copa do Mundo podem marcar para sempre a carreira de um goleiro, mas Taffarel não acredita que a pressão sobre a posição seja maior. “Em uma Copa, a pressão é igual para todo mundo”.

Jogar em casa é um trunfo para a seleção de Felipão, mas, na opinião de Taffarel, os jogadores têm que apresentar um futebol que empolgue e convença a torcida, de maneira que o “fator casa” realmente pese.

“A motivação de jogar no Brasil tem que ser encontrada, a força de cada um e principalmente do conjunto”, opinou o herói do tetra, que não virá ao Brasil, mas garantiu que assistirá a todos jogos da seleção.