74% renovada, Holanda reencontra 'a mesma' Espanha quatro anos depois para revanche
Quatro anos depois da final da Copa do Mundo de 2010, quis o destino que Espanha e Holanda se reencontrassem logo em seu primeiro jogo no Mundial de 2014, no Brasil.
Nesta sexta-feira, às 16h (horário de Brasília), as rivais se enfrentam na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela primeira rodada do grupo B, que tem também Chile e Austrália.
A "Laranja Mecânica" quer a revanche depois da dolorida derrota por 1 a 0 no Soccer City, em Johannesburgo, na última decisão mundial.
Os comandados de Louis van Gaal, no entanto, dizem não ter sentimento de vingança.
"Não acredito nisso de vingança. 2010 foi uma final há quatro anos. Agora, é um jogo de fase de grupos. São diferentes. Vamos focar no hoje. A final de 2010 é passado. Queremos pensar no futuro", bradou o meia-atacante Robben, que estava presente na final.
Desde aquela derrota, a Holanda passou por um intenso processo de renovação. Dos 23 convocados para a Copa da África do Sul, somente seis deram as caras no Brasil: os atacantes van Persie, Huntelaar e Kuyt, o meia-atacante Robben, o meia Sneijder, e o goleiro reserva Vorm.
Ou seja: em quatro anos, 74% do elenco de Bert van Marwijk foi renovado.
As apostas de van Gaal são jovens promissores que ainda atuam no futebol holandês, como o trio do Feyernood: os zagueiros de Vrij e Martins Indi, além do meia Clasie, todos com 22 anos.
A Espanha, por sua vez, vai na direção completamente oposta. A equipe é praticamente a mesma que jogou a final de 2010, com exceção de alguns atletas que se aposentaram, como o zagueiro Puyol, ex-Barcelona.
Ao todo, 16 atletas que estiveram na campanha do título da África foram convocados para o Mundial do Brasil. Um recorde, já que esse é o maior número de retornos na história das Copas para um time campeão.
O elenco, no entanto, está envelhecido. Sete jogadores têm mais de 30 anos, e alguns vêm de temporadas nem tão boas na Europa, como Casillas, que revezou no gol do Real Madrid com Diego López, e Xavi, que sofreu com lesões no irregular ano do Barça.
Fim de uma era? Segundo o técnico Vicente Del Bosque, longe disso.
"Esses jogadores têm muita história na seleção. Xavi e Casillas até mais. É uma seleção madura e em sua plenitude, não veterana. Não temos medo de ninguém. Estamos no nosso auge", defendeu o treinador, que tenta ser apenas o segundo treinador na história a ganhar duas Copas seguidas - o único foi o italiano Vittorio Pozzo, em 1934 e 1938.
Nas coletivas de quarta-feira, jogadores e treinadores também elogiaram muito as equipes rivais, mostrando que conhecem bem uns aos outros.
"Robben é um jogador muito veloz. Conheço bem desde os tempos do Real Madrid. Ele é letal. Tanto na seleção quanto em seu clube, é determinante. Além disso, eles têm Sneijder e van Persie. Entrou muita gente jovem e boa no time, mas eles são os pilares, com muita bagagem internacional. Os maiores perigos passam por esse triângulo", afirmou o espanhol Casillas.
Del Bosque, no entanto, ainda tem uma dúvida: se vai escalar o brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa como centroavante fixo ou se vai usar o meia Fábregas como "falso 9", flutuando na frente. O restante da equipe já esta definida, e faz tempo.
Já na Holanda, o carrancudo van Gaal tem duas opções para montar seu time contra os atuais campeões do mundo: sua famosa linha de cinco defensores ou uma "enchente" de volantes no meio-campo para tentar cortar o tiki-taka dos ibéricos. A certeza é apenas uma: Sneijder, Robben e van Persie formarão o trio de frente.
"Fui técnico na Espanha muito tempo [no Barcelona] e lá vivi alguns de meus melhores momentos. O futebol espanhol é o melhor do mundo, tanto do ponto de vista técnico quanto tático. Gosto muito da dedicação que os espanhóis têm para o jogo. Não será nada fácil vencê-los. Mas podemos...", assegurou.
FICHA TÉCNICA
ESPANHA x HOLANDA
Copa do Mundo 2014 - Grupo B - 1º rodada
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador-BA
Data: 13 de junho de 2014, sexta-feira
Horário: 16h (horário de Brasília)
Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA)
Assistentes: Renato Faverani e Andrea Stefani (ambos ITA)
ESPANHA: Casillas; Azpilicueta, Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta; Pedro e Diego Costa (Fábregas) Técnico: Vicente Del Bosque
HOLANDA: Cillesen; Janmaat, Vlaar, de Vrij, Martins Indi (Clasie) e Blind; de Jong, de Guzman e Sneijder; Robben e van Persie Técnico: Louis van Gaal