Esquema de manipulação de resultados pode ser maior, diz delegada
De acordo com a delegada Kelly de Andrade, da Polícia Civil de São Paulo, as sete prisões realizadas nesta quarta-feira, em operação contra uma quadrilha que manipula resultados no futebol, fazem parte apenas da primeira fase da investigação, que pode ser maior.
Policiais paulistas cumpriram sete mandados de prisão temporária em Bauru, Sorocaba, São José do Rio Preto (todas no interior do estado), São Paulo, Maracaúnas (CE) e Rio de Janeiro. Outros três acusados, dois no Rio e um no Rio Grande do Norte, não foram encontrados.
Eles integram uma quadrilha que alicia atletas, técnicos e dirigentes para fraudar resultados esportivos em favorecimento a apostadores - a investigação apurou que o dinheiro vem da Ásia, de países como China, Malásia e Indonésia. Um dos presos é o goleiro Carlos Luna, de 33 anos, que atuou no Icasa (CE) e estava América de Rio Preto (SP) no ano passado. Ele, entretanto, negou as acusações.
"Estamos numa primeira fase, que foi à rua para que pudéssemos deter os indivíduos, ouvi-los e para conseguir mais provas para saber a extensão da atuação da quadrilha. A investigação continua e nada impede que ela cresça", disse a delegada Kelly de Andrade.
O inquérito foi instaurado após pedido do Ministério Público de São Paulo em outubro do ano passado. Uma das partidas suspeitas é a vitória do Rio Preto sobre o Barueri, por 4 a 0, em fevereiro deste ano. A delegada, entretanto, não informou quantos outros jogos estariam sob o investigação, já que o inquérito ainda está em segredo de Justiça.
Nota da Federação Paulista
A Federação Paulista de Futebol se manifestou através de nota oficial a respeito da Operação Game Over, deflagrada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (6).
A Federação Paulista de Futebol destaca na Nota que vê a Operação Game Over, como um importante passo para o combate à prática de manipulação de resultados no futebol. Informa que "todas as denúncias ou suspeitas a que tivemos acesso sempre foram prontamente encaminhadas ao Ministério Público e contribuíram para esta investigação. Lembramos que a FPF já vem tomando medidas de combate a estes delitos: criou o Comitê de Integridade, que apura suspeitas e atua de forma colaborativa com as autoridades competentes a fim de identificar supostas ilegalidades em partidas", destaca.
Na mesma Nota, a FPF também ressalta: " contratamos a empresa suíça SportRadar, especializada em monitorar resultados suspeitos e possíveis manipulações de resultados.
Desta maneira, vamos continuar atuando no combate à manipulação de resultados, modalidade criminosa que acomete o futebol mundial", concluiu.