Romário diz ser candidato a presidente da Confederação Brasileira de Futebol
O ex-atacante e atual senador Romário é candidato a presidente da CBF, que vive uma crise muito grande em razão de denúncias de corrupção. Acusado de receber propinas, o presidente Marco Polo Del Nero foi suspenso de todas as atividades do futebol por 90 dias, pelo Comitê de Ética da Fifa.
O senador usou as redes sociais para colocar seu nome e ideias à disposição do futebol brasileiro. “Muitos me perguntam se eu sou candidato, afinal, ninguém mais lutou tão vigorosamente contra essa quadrilha e é legítimo que eu me candidate . Então, sim, a resposta é posso sim vir a ser candidato. Tenho todos os pré-requisitos para isso. Toda minha contribuição para o futebol, dentro e fora de campo, são as minhas credenciais”, disse Romário no seu manifesto.
A entrada de Romário no processo de sucessão de Del Nero era natural. Nos bastidores do futebol brasileiro se tinha como certa a participação direta do ex-jogador e hoje senador pelo partido Podemos-RJ.
Porém, existem algumas situações a serem observadas. Para ser candidato o pretendente tem de contar com o aval de pelo menos cinco federações estaduais e de no mínimo oito clubes. Sem essa aprovação, nenhum cidadão consegue inscrever sua candidatura.
Não custa lembrar que cada voto de federações tem peso 3. Assim, as 27 federações teriam 81 votos contra 60 dos clubes – 20 da Série A, com peso 2, e mais 20 da Série B, com peso 1. A conta é simples: as federações controlam as eleições na CBF.
A manobra
Não por acaso Del Nero fez essa manobra para dar peso 3 aos votos das federações, em meados de 2017. Os clubes não participaram dessa assembleia e também não reagiram.
O mandato de Del Nero vai até o fim de 2019 e, segundo informações, o mesmo planejava ficar no poder na CBF até 2027. Seu projeto era de convocar eleições em abril de 2018, se reeleger com facilidade para um mandato até o fim de 2023 e com direito à reeleição para um quarto mandato até fim de 2027.
Mas a Fifa o suspendeu por 90 dias, um vez que Del Nero é acusado de receber propinas estimadas em US$ 6,5 milhões. Com Marco Polo Del Nero fora do páreo, o sistema da CBF procura um novo nome para manter a hierarquia, sustentar essa estrutura que se perpetua no futebol brasileiro há pelo menos 40 anos. A briga começa esquentar.