Em reunião realizada no final da tarde desta quarta-feira (14) na Defensoria Pública de Alagoas, o secretário adjunto de Estado da Saúde, Jorge Vilas Boas, e o secretário de Saúde de Maceió, Adeílson Loureiro, anunciaram que irão aumentar o número de cirurgias para cardiopatas. Segundo os gestores, as cirurgias em adultos passarão de 47 para 67 e, no caso das crianças, serão aumentadas de quatro para sete a cada mês. Já os bebês com menos de 10kg que precisarem de cirurgia cardíaca serão transferidos para outros estados.

Anteriormente as duas secretarias teriam se comprometido a realizar um mutirão para acabar com a fila de espera. Mas os técnicos das duas secretarias detectaram que o aumento no número de procedimentos irá resolver o problema. Isto porque, segundo argumentaram Jorge Villas Boas e Adeílson Loureiro, na fila de espera existem crianças abaixo de 10 quilos, que representa o peso mínimo para serem submetidas a procedimento cirúrgico cardíaco.

“Mas asseguramos que, caso se faça necessário, como sempre ocorreu, enviaremos essas crianças com menos de 10 quilos para serem operadas em outros estados. Não nos furtaremos de atendê-las em nenhum momento, tanto que iremos reunir todos os entes [municipal, estadual e federal] para aumentarmos os incentivos financeiros às duas instituições”, salientou Jorge Vilas Boas.

Ainda de acordo com ele, as direções do Hospital do Açúcar e da Santa Casa de Maceió enviarão documento detalhando o que será necessário para aumentar o número de cirurgias cardíacas. “Na próxima semana detalharemos qual será o novo quantitativo de cirurgias mensais para atender a demanda dos cardiopatas”, destacou o secretário adjunto de Estado da Saúde.

Ação judicial

Ao final da reunião, o defensor público Ricardo Méro disse que aceita os argumentos apresentados pelos gestores, mas afirmou que os cardiopatas não podem ser penalizados. “Já ocorreram mortes de crianças que obtiveram mandados judiciais, por isso vamos acionar a Justiça para garantir as cirurgias”, avisou.

O defensor se referiu ao caso do garoto Gabriel Juan da Silva, de 2 anos, que morreu na noite de 23 agosto passado após seus pais ingressarem na Justiça para conseguir uma cirurgia, que não chegou a ser realizada devido aos trâmites burocráticos.

Santa Casa de Maceió

De acordo com o provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo, com o aumento do número de procedimentos, o problema dos cardiopatas será resolvido. “Estamos cumprindo o que foi contratado, mas o número de procedimentos não tem sido suficiente, por isso necessitamos de maior incentivo financeiro, para ampliarmos o número de cirurgias”, argumentou.