Polícia

Sesau apresenta números da hanseníase em Alagoas

Unidades foram orientados sobre import&acirc;ncia do diagn&oacute;stico para diminuir o &iacute;ndice de hansen&iacute;ase oculta<br />

Por Assessoria 01/06/2012 15h03
Sesau apresenta números da hanseníase em Alagoas
O Núcleo de Agravos Crônicos da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) apresentou, nesta sexta-feira (1º), no Maceió Mar Hotel, a situação epidemiológica e operacional da hanseníase em Alagoas. A médica Ângela Pomini realizou a exposição atualizada dos dados para profissionais das Unidades de Referência.
O relatório apontou que, em 2011, 406 casos novos foram diagnosticados – índice considerado alto para os parâmetros nacionais, sendo 27 casos diagnosticados com a doença em menores de 15 anos. Este coeficiente caracteriza o principal indicador epidemiológico de controle de hanseníase, pois expressar a força de transmissão recente e a tendência da doença.

Segundo a médica Ângela Pomini, os dados podem indicar uma endemia oculta em Alagoas, visto que o diagnóstico está sujeito à capacidade operacional dos serviços de saúde. “A situação é de alto índice de endemia oculta por não ter sido diagnosticada e, consequentemente, aponta um contágio crescente”, explicou.
O dermatologista Egon Luiz Rodrigues Daxbacher proferiu um curso de Atualização em Hanseníase sobre o diagnóstico diferencial em casos clínicos. Durante o encontro, o médico mencionou a necessidade da troca de experiências e a importância do diagnóstico para interromper a transmissão.

“O cidadão só se preocupa com a doença que mata. O Brasil registra duas mil pessoas incapacitadas por hanseníase ao ano. Nossa preocupação não pode ser apenas com a dengue, mas com esse número crescente de pessoas que estão parando de trabalhar por uma doença que tem cura”, afirmou o especialista.
A proposta de cura de casos é um indicador que avalia a efetividade do tratamento e foi o parâmetro selecionado no Pacto pela Saúde. Em Alagoas, a meta pactuada pelo Estado, em 2011, foi de 90% de cura e o resultado alcançado foi de 78,6%, segundo dados parciais.

Ângela Pomini alerta que as pessoas com maior risco de adoecer são aquelas que residem ou residiram nos últimos cinco anos na mesma casa. Por essa razão, para detectar casos de hanseníase, deve-se examinar os contatos intradomiciliares. Em 2011, 56% dos contatos registrados foram examinados, o que representa um resultado regular para a meta estipulada em 63%.

Estratégias

A Sesau investe em capacitações e ações para o controle da hanseníase destinada aos profissionais das Unidades Básicas de Saúde e técnicos municipais. Realiza monitoramento do banco de dados, análise dos indicadores de hanseníase e promove assessoria técnica aos municípios, além de encontros de atualização, avaliação epidemiológica e operacional das ações de vigilância e controle de hanseníase. As capacitações são destinadas aos gestores municipais e coordenadores da Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica.

“As possíveis causas para um percentual de cura abaixo do desejável são o atraso na atualização dos dados de acompanhamento, a não realização de rotinas preconizadas pelo Sistema de Informações de Agravo de Notificações (SINAN) – a exemplo da identificação e exclusão das duplicidades e atualização dos dados pelas coordenações municipais e Unidades de Saúde, além do abandono do tratamento por parte dos pacientes”, menciona a médica Ângela Pomini.

Hanseníase

É uma doença infecto-contagiosa que se manifesta por acometimento do sistema nervoso periférico e pele. Apresenta alto potencial incapacitante devido ao dano neurológico que ocasiona. Ações programáticas de diagnóstico, tratamento, vigilância dos contatos, prevenção de incapacidades físicas e educação em saúde podem eliminar a doença.