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Ambulatórios 24h reduzem a grande demanda do HGE

Por 7 Segundos com Agência Alagoas 06/09/2014 10h10
Ambulatórios 24h reduzem a grande demanda do HGE

Pelo menos 32.776 pessoas foram atendidas somente no mês de julho nos cinco Ambulatórios 24 horas de Maceió, conhecidos como mini pronto- socorros. A população com problemas graves de saúde pode recorrer ao Noélia Lessa; Dom Miguel Câmara; Assis Chateaubriand, João Fireman e Denilma Bulhões. Cada unidade atende em escala de plantão, de forma ininterrupta, a uma média de 300 pacientes por dia nas especialidades de clínica médica, pediátrica, odontológica, pequenas cirurgias e exames laboratoriais.

De acordo com a diretora de Assistência Pré-hospitalar, Cristina Calado, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), 70% dos atendimentos são da Atenção Básica, ao orientar que esses atendimentos podem e também devem ser atribuições dos postos de saúde de Maceió e dos Programas Saúde da Família (PSF).
"Os postos podem atender a essa demanda e se isso fosse feito com mais frequência, consequentemente desafogaria também os ambulatórios e principalmente o Hospital Geral do Estado (HGE)", explicou.

Cristina ressalta que as unidades atendem a maioria dos casos de urgência, o que reflete no menor número de transferência para o HGE e evita a superlotação da instituição hospitalar. Segundo ela, somente os pacientes das especialidades de Neurologia, Cardiologia e vítimas de acidentes com traumatismos, sendo a maioria por veículos ou motos, são encaminhados ao hospital, uma vez que os Ambulatórios 24 Horas não dispõem de profissionais destas áreas.
Redução

No Ambulatório João Fíreman, por exemplo, localizado no bairro do Jacintinho, no mês de julho, 6.474 pacientes nas urgências médica, pediátrica, odontológica, pequenas cirurgias e realização de hemogramas foram atendidos. Segundo o diretor–técnico, Elton Jofre Simões, o principal ganho dos mini pronto-socorros é a redução da demanda do HGE, já que eles fazem o trabalho que cabe à atenção básica – da alçada do município de Maceió.

“A maioria dos pacientes deveria procurar o município, mas como nem sempre consegue acesso, dirige-se ao João Fíreman. Atendemos, diariamente, casos de crise hipertensiva, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), diarreia aguda, pequenos traumas (acidentados de motos ou veículos) e atropelamentos. Fazemos pequenas cirurgias (suturas) que não são de competência dos postos de saúde, mas iriam para o HGE. Com isso, Ambulatórios 24h ajudam a diminuir a demanda pra o HGE”, explica Elton.

Segundo ele, o paciente hipertenso procura o ambulatório no pico hipertensivo porque não conseguiu ser acompanhado pelo município - postos de saúde - quando não estava em crise. “Quando a situação evolui, o paciente vem para o mini, que tem bom índice de resolutividade”, reforça.

A aposentada Eliane Correia disse que sempre procura o Ambulatório João Fireman quando tem crise de asma. “Fica mais perto da minha casa e tem menos gente que o HGE”, diz.

Já a dona-de-casa Marcéias Vieira, acompanhada da mãe Rosina, procurou o mini pronto-socorro porque foi acometida por mais uma crise de epilepsia. “Sempre que pioro, corro para cá porque sei que tem o remédio que preciso para sair da crise”, disse, enquanto se restabelecia.
No Ambulatório 24 Horas Denilma Bulhões, localizado no Benedito Bentes, o usuário busca atendimento para os casos mais simples como dor de barriga e de dente ao mais complicados, como vítima de arma branca ou de fogo.

A gerente de Núcleo Josete Gomes afirmou que em julho um total de 6.742 pessoas foram atendidas e outras 258 transferidas para o HGE porque eram situações mais graves e o Ambulatório 24h não está estruturado em termos de equipamentos e especialistas para atendê-las.

A jovem dona-de-casa Andressa Nascimento estava com o filho Levi, de um ano e três meses, esperando ser atendida pelo pediatra. Ela disse que o filho está há um mês gripado e tendo febres constantes, que teria procurado um posto de saúde, mas o medicamento ministrado não reverteu o quadro de saúde do menino.

“Sempre procuro este ambulatório porque é mais perto da minha casa e sinto-me mais segura para resolver o problema”.

No Ambulatório Assis Chateaubriand, no bairro do Tabuleiro dos Martins, a demanda é maior de acidentes graves, quedas, queimaduras, violência doméstica e asma. Em agosto, a unidade atendeu 11.553 usuários, segundo a gerente de Núcleo, Gleudilene da Silva.

Os Ambulatórios 24h são na maioria das vezes para os usuários do SUS a única alternativa, já que não dispõem dos tradicionais planos de saúde, cada vez menos acessíveis à população.

O motorista Sérgio dos Santos disse que, quando precisa de atendimento médico, se dirige ao Assis Chateaubriand e garante que nunca deixou de ser atendido. Desta vez, ele afirmou que trouxe a mãe Maria José dos Santos, 74 anos, que tem problema de diabetes.

“Não somos atendidos de imediato porque tem muita gente, mas não saímos sem atendimento. Se os postos de saúde funcionassem bem na capital e interior, muita gente não precisava vir para cá. Os prefeitos poderiam investir mais na saúde dos habitantes de seus municípios e eses, sem ter para onde ir, quando adoecem, vêm todos para Maceió”, alertou o usuário.

O Ambulatório Noélia Lessa funciona no bairro Levada; o Dom Miguel Câmara, na Chã da Jaqueira; o Assis Chateaubriand no Tabuleiro; João Fireman no Jacintinho e o Denilma Bulhões no Benedito Bentes.