A crise da bacia leiteira de Alagoas foi o foco da reunião promovida pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa) com representantes da cadeia produtiva do leite. O encontro, na Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas (Faeal), servirá de base para a criação de uma agenda de ações e projetos voltados para o fomento do segmento.

Coordenada pelo secretário de Agricultura, Álvaro Vasconcelos, a discussão setorial foi fundamental para a definição das prioridades que devem nortear as políticas públicas do setor.

“Precisamos aproveitar este momento para melhorar os índices do setor agropecuário do Estado e a cadeia produtiva do leite é relevante não apenas pela importância do produto na alimentação da população, mas também pelo número de empregos gerados principalmente entre os pequenos produtores”, enfatizou Álvaro Vasconcelos.

Ao reiterar a gravidade da crise, o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Alagoas (Sileal), Arthur Vasconcelos, destacou a queda brusca nos preços que tem afetado o produtor e as indústrias. “Ano passado, em Alagoas, o leite foi comercializado a R$ 1,20. Hoje, temos relatos do litro vendido a R$ 0,40”, lamentou. Valores estes confirmados pelo agricultor familiar do assentamento Cachoeira do Poço da Pedra, em Belo Monte, Antonio Gomes, que chegou a comercializar a R$ 0,60.

O presidente do Sindicato Rural dos Produtores de Leite de Alagoas (Sindileite), André Ramalho, explicou que a crise atual é resultado da queda do consumo e do aumento da produção. “Estes dois fatores levaram à redução do preço do leite. O problema é nacional. Empresas de outros estados começam a entrar em Alagoas com produtos mais baratos que os nossos”, reforçou.