Saúde

Estudantes de Medicina lançam Força Tarefa para Combater a ELA em Alagoas

Por Redação 18/05/2015 08h08
Estudantes de Medicina lançam Força Tarefa para Combater a ELA em Alagoas
- Foto: assessoria

Pelo menos 18 estudantes de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade de Ciências da Saúde (Uncisal), da Universidade Tiradentes (Unit) e Centro Superior Cesmac oficializaram, nesse sábado (16), a formação da Força Tarefa de Combate à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), no seminário intitulado "A ELA como ELA é". O evento ocorreu no Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Cruz das Almas, e contou com o apoio do cirurgião cardiovascular Hemerson Casado Gama que preside a associação que leva o seu nome.

A coordenadora do grupo – uma iniciativa do médico Hemerson Casado, que tem ELA desde agosto de 2012 - e estudante de Medicina, Karla Galindo, afirmou que o objetivo é estudar a doença para conhecê-la melhor, uma vez que ainda é negligenciada pelo poder público. De acordo com ela, a equipe está aberta para receber acadêmicos de Fisioterapia, Nutrição, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia; já que estas categorias profissionais são as quem lidam diretamente com o paciente que é acometido pela doença.

O neurologista Fernando Gameleira deu informações sobre os aspectos neurológicos da ELA e colocou um vídeo com o depoimento otimista de um rapaz chamado Fé Eduardo, que faleceu por causa de embolia pulmonar após dois anos de tratamento. Ele tinha quatro irmãos que também tiveram a doença. Segundo ele, a ELA afeta as raízes motoras e mantém intactas as atividades cognitivas (intelectuais) e sensoriais (sentido) do paciente e as funções autônomas como a potência sexual.

 "A prevalência é maior em indivíduos da meia idade para cima e profissionais do esporte. O ser humano não foi feito para ter o esporte como profissão", ressaltou Gameleira, lembrando que a doença tem também forte componente de pré-disposição genética e quem teve poliomielite tem mais chance de ter a ELA. Gameleira destacou que o médico Hemerson tem sido um exemplo para Alagoas e Brasil no enfrentamento desta doença e, desde então, não mede esforços para ajudar inúmeras pessoas.

Hemerson Casado afirmou que o seminário não era um encontro comum de estudiosos, mas um momento histórico de discussão de um problema pouco difundido e que assusta milhares de brasileiros. Ele apelou para que os estudantes não desistissem de se debruçar sobre a causa e buscar os números reais dos portadores da Esclerose Lateral Amiotrófica.

"A força tarefa é uma ação de muita responsabilidade, uma vez que muita gente confunde a ELA com esclerose múltipla, que é mais frequente. Temos o compromisso de estudar a doença, coletar dados e organizar o sistema de atendimento que possa fazer o diagnóstico rápido", reforçou.

O médico disse ainda da necessidade do grupo levantar não apenas os números dos pacientes de Alagoas, mas saber como e onde vivem, o que esperam da vida e organizar um acompanhamento médico e de equipe multiprofissional dos casos. "Temos que ter literatura atualizada e sermos críticos com as publicações existentes", reforçou.

O fisioterapeuta, Caio Rafael Barros, ministrou palestra sobre a Abordagem Motora nos Pacientes com ELA e explicou a importância do acompanhamento com a fisioterapia logo que a doença for diagnosticada, como forma de obter resultados mais promissores.

Já a psicóloga Ana Paula Rios expôs sobre Entre ELA e Você, destacando o papel deste profissional no esclarecimento das particularidades da doença, colaborando com a vivência de todas as fases de forma mais humanizada para o paciente e família. A terapeuta Ocupacional, Monique Carla, também contribuiu com informações sobre a relevância de sua especialidade no tratamento do paciente com ELA. Um dos pontos altos e que emocionou o público do seminário se deu quando os acadêmicos colocaram o vídeo "O que você faria ?", gravada pelo médico Hemerson Casado, logo que se descobriu com a doença.

 No documentário, ele faz um balanço objetivo e claro do que é ser portador da ELA e todas as suas emoções ao lidar com a doença neurodegenerativa e que, geralmente, é letal. Para concluir o encontro, o médico reafirmou a sua fé e a espera por um milagre e reafirmou o apelo aos futuros médicos e demais estudantes da Saúde de Alagoas – com pedido extensivo aos profissionais da área - para não desistam de pesquisar sobre a doença e buscar alternativas para a cura. O grupo se comprometeu em dar seguimento à causa e realizar novos eventos para difundir mais a ELA.