Saúde reforça cooperação técnica para frear casos de hanseníase em Rio Largo

“É preocupante a situação epidemiológica da hanseníase no município de Rio Largo”, alertou a gerente de Agravos e Sistema de Informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Ednalva Araújo. Segundo ela, a falta de um diagnóstico rápido na busca ativa de casos é uma das evidências que apontam o alto número de pacientes já na forma avançada da doença: com deformidades irreversíveis.
Para reverter esse quadro, a Sesau iniciou uma cooperação técnica junto ao município com a finalidade de integrar a Vigilância em Saúde à Atenção Básica. A medida visa fortalecer a Atenção Primária como ordenadora do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da reversão de indicadores relacionados à doença que tem cura, desde que devidamente tratada.
“Em apenas uma UBS [Unidade Básica de Saúde] visitada, nesse início de cooperação técnica, identificamos sete casos dos quais seis se encontravam em estado avançado”, informou Ednalva. Isso significa que há evidências de diagnóstico tardio, o que mostra a deficiência no exame de avaliação dos contatos (aquelas pessoas que convivem com os doentes), com quem há a maior ocorrência da hanseníase.
“É importante examinar os contatos na unidade de saúde ou na casa. Isso porque essa doença tem um período de incubação longo, podendo chegar a até seis anos e, dependendo da imunidade, esses contatos podem estar doentes”, esclareceu a técnica da Sesau. Nos últimos cinco anos, por exemplo, Rio Largo realizou uma média de 54% de exames nos contatos. Esse dado varia de uma mínima de 14% (2014) a uma máxima de 92% (2011).
A hanseníase é basicamente uma doença cutânea, quando aparecem manchas na pele sem sensibilidade. E esse é um dos sinais a serem analisados no exame clínico, para logo iniciar o tratamento. A ação rápida contribui para evitar deformidades - essas que não têm cura - que surgem nas formas avançadas da doença.
“É importante que a avaliação do grau de incapacidade física dos casos de hanseníase seja realizada no momento do diagnóstico”, apontou Ednalva. Ela chama a atenção para esse dado no município, porque em 2012 o grau de incapacidade avançado atingiu 30% dos casos novos. Uma das medidas imediatas para mudar esse número é o treinamento em serviço das enfermeiras no momento dessa avaliação, evitando assim sequelas futuras.
Outro indicador que aponta a efetividade das ações do programa de hanseníase é o percentual de cura. O preconizado pelo Ministério da Saúde é a meta de 90%, no entanto, em Rio Largo, a média atingida nos últimos cinco anos chega a 79%, com maior percentual em 2010 (85%) e menor em 2011 (70%).
Propostas
A cooperação técnica proporcionou a avaliação dos casos de hanseníase em todas as UBSs de Rio Largo, bem como o acompanhamento e encerramento dos casos na Atenção Básica. Como foram identificados 10 casos, sendo que metade estava sem avaliação, a Sesau organizou um cronograma de busca ativa desses pacientes e de mais 64 contatos. A ação será coordenada por uma enfermeira local, que é referência do programa de hanseníase.
“Os encaminhamentos para a organização do processo de trabalho das equipes vão aperfeiçoar a realização das atividades do programa de hanseníase, resgatar casos e encerrar esses mesmos casos. A perspectiva é de aumentar a porcentagem de cura entre os examinados”, completou Ednalva. Para isso, as equipes têm um prazo de 30 dias para cumprir o cronograma de atendimento dos pacientes e contatos.
Outra medida é a realização das fichas de hanseníase no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) com atualização dos casos e também a atualização das informações dos casos registrados nas UBSs. E ainda a articulação com a Atenção Básica para a atualização dos agentes comunitários de saúde está na programação.
Plano
A integração da Vigilância em Saúde e Atenção Básica faz parte do plano de ação da Sesau, que vai atuar na reversão de indicadores da hanseníase, como também da aids, tuberculose, leishmaniose, hepatites e sífilis. A Sesau iniciou a cooperação técnica no dia 17 de junho, em Rio Largo, que é o município-piloto para a ação. A cooperação vai passar ainda pelos municípios de Murici, União dos Palmares, Atalaia, São Miguel dos Campos, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia.
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