Kel Monalisa lança primeiro cd da carreira no Deodoro
Intérprete exuberante de grandes nomes da MPB, a cantora alagoana Kel Monalisa mostra ao público no próximo dia 28 de outubro a plena evolução de uma carreira, com o álbum ‘Do Meu Jeito’, primeiro de sua trajetória. O show integra o projeto ‘Teatro Deodoro é o Maior Barato’.
A experiência de quem já se apresentou nacionalmente em programas como ‘Ídolos’ e abriu shows para nomes como Alcione e Jorge Vercilo dá o tom do espetáculo que está sendo preparado para o centenário palco do Deodoro. Com onze músicas próprias que compõem o cd, além de grandes interpretações de nomes como Maria Bethânia, Chico Buarque e Dominguinhos, Kel promete elevar a um novo patamar a experiência do público acostumado a seus shows, além de surpreender quem ainda não conhece seu talento.
“‘Do Meu Jeito’ não é só o nome do cd, é o meu modo de apresentar ao mundo, em formato de música, o que vivi nesses oito anos de carreira”, conta Kel, enquanto relembra o início em festas infantis, na faculdade e em diversos bares, bem como a decisão de viver de música e desbravar os palcos alagoanos com vocação e coragem: “Sempre gostei de gente e a música foi o caminho que escolhi para estar sempre perto das pessoas”.
Além de cantar ao lado de uma banda afiada, composta por Thiago Araújo (teclados e direção musical), Gabriel Freitas (guitarra), Carlinhos Palmeira (violões), Fábio Silva (baixo), Allysson Paz (bateria) e China Cunha (percussão), Kel recebe no palco do Deodoro nomes como Alberto Germano e Félix Baigon, entre outras surpresas. Antes e depois do show, o público poderá adquirir o novo cd em primeira mão, pelo preço promocional de R$ 20.
Do Meu Jeito
Às vésperas de encerrar as gravações de seu primeiro álbum, Kel Monalisa, cantora e compositora alagoana, saiu uma noite pra se desligar da intensa rotina de estúdio e gravações que vinha se instalando em seus dias de junho. Ao lado do marido Gabriel Freitas, músico e produtor do álbum, ouviu no barzinho, lugar-comum onde talhou sua própria trajetória, uma série de canções que não conhecia: “Só pode ser trabalho autoral”, imaginou.
Questionando o cantor que se apresentava, ouviu do rapaz uma música inédita, recém-composta: ‘É Ou Não É’, que nocd ‘Do Meu Jeito’, álbum de estreia da cantora, se transformou em um temporal sonoro, repleto de referênciasbrasilatinas, entrecortadas pela guitarra quase falada de Gabe, nome carinhoso pelo qual Kel chama o marido: “Assim conheci André Rodrigues, que me permitiu gravar essa canção no meu primeiro cd”.
Sem o menor receio de perder espaço para outros talentos, Kel Monalisa trilha os próprios caminhos abrindo os braços para a arte de quem chegar. Rodrigo Avelino, outro inspirado músico local, que o diga – ele assina as instigantes ‘Ao Mais’ e ‘Ser Feliz’, que ao lado de ‘Posso Estar Errado’, parceria de Gabriel Freitas com Fábio Cabral, incrementa a série de férteis compositores que habitam ‘Do Meu Jeito’.
A sintonia com a compositora Zélia Santti, que acumula êxitos no repertório das maiores bandas de forró do país, não poderia ficar de fora do álbum, exibindo um lado pouco conhecido da musicalidade de Zélia. O samba-canção ‘Não Vou Te Esquecer’ combate qualquer desamor com um refrão voluptuoso, enquanto o hit ‘Por Que Você Não Volta’, cantado aos berros emocionados pelo cortejo que acompanha Kel há anos nos bares e palcos de Alagoas, ganha seu registro definitivo.
Mas ‘Do Meu Jeito’ vem fincar sua bandeira de forma ainda mais pungente: a cantora de voz forte que interpreta os clássicos da MPB com a segurança de quem sabe o que faz, abre o cd logo com três composições próprias: ‘Só Quero Muito’, ‘Teu Olhar’ e ‘Não Tem Jeito’, essa última forte candidata a melhor canção do álbum. O abre-alas triplo mostra uma Kel apta a encarar novos e maiores desafios. A romântica ‘Vem Ficar Comigo’ e a já conhecida ‘Não Volta Mais’, lançada ano passado, completam o time de músicas diretas e confessionais, verdadeiros desafogos em tempos de talentos dissipados pela falta de identidade.
A produção ainda expõe um triunvirato em plena harmonia, formado por Kel, Gabriel e Thiago Araújo, que se mostra afinado no desafio de preparar cuidadosamente o leito instrumental adequado para envolver a voz da cantora. Tarefa árdua para qualquer produtor que se depare com um timbre poderoso como o de Kel, natural e instintivo no dom de preencher todos os espaços - mas cumprida com desenvoltura.
Quando uma cantora encara a própria história e decide registrá-la de forma tão honesta, não há outro caminho a não ser deixar vir à tona os anos de estrada, o início como brincadeira, a descoberta do sonho, a descrença de alguns, o aplauso de outros, a frustração, a dor, a mágoa, o êxtase, a vitória, a conquista... Não por acaso, Kel Monalisa entoa: ‘o pouco existe / não me interessa / eu tenho pressa’. Que continue com a urgência de ganhar o mundo da música, porque este sim, não perde por esperar.