Em AL, 38 cidades decretam situação de emergência
Trinta e oito municípios de Alagoas estão em situação de emergência por causa da estiagem. E sem previsão de melhora.
São cinco anos enfrentando uma seca que torra tudo.
"De 2010 pra cá, o meu gado acabou. Eu tinha mais de 40, e hoje tem 10 vaquinhas e esse bezerrinho que você tá vendo aí", lamentou José Souto Ferro, agricultor.
E para beber água, tem que ter disposição. São três horas por dia para esperar o carro-pipa encher as vasilhas.
"É sempre assim, sempre, sempre, todo dia nesse rojão", contou Edilene Silva Lima, agricultora.
O tempo passa, a chuva não vem e o céu azul, com quase 40°C de temperatura sobre a terra tão castigada, é desesperador. Todos os reservatórios estão secando.
No fim de 2014, a represa chegou ao volume morto - e ela não é pequena. Tem capacidade para armazenar até 15 milhões de metros cúbicos. Era a água que os caminhões-pipa levavam dali para mais de oito mil famílias de sete municípios. Secou depressa. Em abril de 2015, não tinha mais uma gota d'água. Essa é a mesma situação de muitas barragens de médio e grande portes, no sertão de Alagoas.
"Só Deus quem vai salvar vida nossa. Nossa e dos bichinhos”, lamentou Cícero Carvalho Vilar, agricultor.
Sem as fontes de água, os municípios não sabem mais o que fazer.
"Por incrível que pareça, já secaram todas, todas as reservas de água", contou Geraldo Reis Guerra, secretário de agricultura Inhapi, no Sertão do estado.
É que mesmo com o Exército e a Defesa Civil Estadual abastecendo os sertanejos com caminhão-pipa, não há como atender toda a necessidade, principalmente pra matar a sede dos animais. E os especialistas em clima dizem que 2016 será mais um ano de seca. Resta apelar para que venham as trovoadas. As nuvens carregadas, que podem surgir a qualquer momento, no verão e no inverno.