Eletrobras avalia privatizar Ceal em 2016
A estatal Eletrobras convocou uma assembleia geral extraordinária para o final deste ano, na qual irá avaliar a venda, até o fim de 2016, do controle acionário de seis distribuidoras de energia. O edital de convocação dos acionistas foi divulgado na quinta-feira (26).
Na assembleia, marcada para o dia 28 de dezembro, os acionistas irão decidir sobre a privatização, ao longo do próximo ano, da Companhia Energética do Piaui (Cepisa), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia S.A (Ceron), Boa Vista Energia S.A e Amazonas Distribuidora de Energia S.A.
No documento, a estatal informa que “não é possível avaliar, neste momento, o valor de mercado das referidas distribuidoras, os potenciais interessados e o prazo para conclusão da venda”.
No mesmo dia, os acionistas irão aprovar a privatização da Celg Distribuição S.A. (Celg D), de Goiás, cujo leilão deverá ser realizado pela BM&FBovespa, em São Paulo. A privatização da Celg, com a qual a Eletrobras tem prejuízo mensal de R$ 80 milhões, era aguardada ainda para 2015.
No caso da Celg, o comunicado informa que, no leilão, deverão ser ofertadas cerca de 75 milhões de ações ordinárias de titularidade da Eletrobras, que totalizam R$ 1,4 bilhão.
Perdas da Eletrobras
A venda das distribuidoras vem sendo cogitada pela estatal desde 2013 como medida para reduzir custos. A Eletrobras vem passando por um processo de diminuição de gastos e melhoria da eficiência para se adaptar à nova realidade do setor elétrico brasileiro, após ter renovado concessões de geração e transmissão de energia de forma antecipada e onerosa, o que levou à redução da receita anual do grupo em cerca de R$ 8,7 bilhões.
A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 4,01 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 45% na comparação com as perdas do mesmo período no ano passado.
A estatal Eletrobras estima que suas distribuidoras de energia elétrica que atendem Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Roraima e Amazonas precisarão de uma capitalização de R$ 3,3 bilhões em 2016 para atender metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e não perder a concessão, segundo a agência Reuters.
O número aparece em documento no qual a estatal diz que o aporte deve ser feito pelo governo federal "diretamente nas distribuidoras a partir de 2016, mediante cessão do direito de preferência para subscrição de capital pela Eletrobras em favor da União, a fim de evitar aumento de capital na Eletrobras, com risco de diluição dos acionistas minoritários da Eletrobras que não desejarem acompanhar o referido aumento".