Abandonado, clube do ASA é um risco à saúde pública
A sede social da Agremiação Sportiva Arapiraquense, localizada na rua Manoel Lúcio, no bairro Cacimbas, está abandonada há nove anos e acabou se tornando um risco à saúde dos moradores da região, que temem um surto ainda maior de dengue, zika e Chicungunya, doenças transmitidas através da picada do mosquito Aedes Aegypti.
Moradores entraram em contato com a equipe de reportagem do Portal 7 Segundos para denunciar que vários focos do mosquito estão espalhados pelo terreno, como na piscina e nos vestiários.
Além dos riscos das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, os moradores denunciaram ainda que vários animais peçonhentos aparecem frequentemente na região, como cobras e escorpiões, o que os deixa mais temerosos.
Até um cavalo foi colocado no local, que está funcionando como uma espécie de estábulo.
Criminalidade
O terreno, que está inutilizado desde 2007, tem sido point para o tráfico e uso de drogas. Segundo alguns moradores, os usuários pulam o muro muito facilmente.
Além disso, o local tem sido frequentemente utilizado para queimadas de material descartado, como lixo e folhagens. Na última semana, vizinhos tiveram que acionar os bombeiros porque o fogo já estava atingindo casas da região.
Briga na Justiça
Infelizmente, o problema do abandono está longe de ter um final feliz. A sede social do clube arapiraquense foi leiloada em 2007 para o pagamento de dívidas do ASA e o terreno passou a ser de outra pessoa, mas em 2008, a diretoria do clube, presidida na época pelo empresário José dos Santos Oliveira, o Zé da Danco, entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo a nulidade do leilão, por causa do baixo valor pelo qual o imóvel foi arrematado.
Desde então, o terreno foi inutilizado já que, segundo a Justiça, nenhuma das partes pode realizar obras no local até a decisão final.
Atualmente, o processo se encontra no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), mas ainda sem previsão para ser julgado. Dependendo do resultado, a parte que se sentir lesada ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode levar mais alguns longos anos.
A equipe de reportagem do Portal 7 Segundos entrou em contato com a diretoria do ASA, que lamentou o caso, mas informou que solicitará a ajuda da Secretaria Municipal de Saúde, que tem o poder de entrar em imóveis negligenciados para conter o mosquito da dengue, e também a ajuda do Centro de Zoonoses e do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM).
Confira abaixo, um vídeo feito por uma moradora da região: