Brasil

Operação em 7 estados prende autores de crimes raciais contra atriz Taís Araújo

Por Redação com Agência Brasil 16/03/2016 19h07

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) deflagrou hoje (16) uma operação em seis estados, além do Rio, para prender criminosos apontados como autores de ataques racistas pela internet dirigidos à atriz Taís Araújo em sua página no Facebook.

As informações indicam que pelo menos três pessoas já foram presas e um menor apreendido. Outro envolvido está preso desde dezembro do ano passado pelo crime de pedofilia. As investigações apuraram que os ataques racistas eram premeditados e que o mesmo grupo teria sido responsável por ataques de cunho racista à jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, também da rede Globo.

A operação é coordenada pelo delegado titular da DRCI, Alessandro Thiers, e conta com a participação de policiais civis dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Minas Gerais. Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão nos sete estados.

Segundo informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, durante as investigações, os agentes descobriram que as ofensas dirigidas à atriz foram premeditadas pelo grupo, criado “com uma única finalidade: praticar ataques de cunho racista em perfis de redes de relacionamento, no facebook e no whatsApp”.

Ainda de acordo com a polícia, o grupo atuava incitando seus membros a cometer crimes de discriminação racial. “Os incitadores criavam grupos secretos e temporários para potencializá-los e ainda chegavam a informar maneiras de mascarar a conexão no intuito de tentar dificultar o rastreamento, objetivando a impunidade por tais crimes”.

Bahia

Um homem foi preso no interior da Bahia, durante a operação, na cidade de Brumado. Segundo as investigações, Thiago Zanfolin é integrante de uma organização criminosa que fez os ataques racistas pela internet.

A Polícia Civil da Bahia informou que Zanfolin é funcionário de uma loja de venda e manutenção de equipamentos de informática e estava em casa quando foi preso, mas não reagiu à prisão. No imóvel, foram apreendidos um notebook, uma CPU e um celular. Agora, ele deve responder pela prática dos crimes de injúria racial, racismo e associação criminosa.

A prática de injúria racial ocorre quando há ofensa à honra de alguém, levando em conta elementos como raça, cor, etnia, religião ou origem. A principal diferença entre a injúria racial e o racismo é que a primeira se dirige contra uma pessoa específica. Já o crime de racismo é dirigido a uma coletividade. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a injúria racial pode gerar prisão “de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la”. O caso de racismo também tem pena que varia entre um e três anos de prisão, mas é inafiançável e o crime não prescreve.

Qualquer situação que se enquadre nas características descritas, seja na internet ou pessoalmente, deve ser denunciada à polícia federal ou no Disque Racismo, no telefone 156, opção 7.