Especialistas debatem aumento da produção de milho e soja em Alagoas
Produtores, técnicos, empresas especializadas e representantes do Governo de Alagoas debateram nesta segunda-feira (11), na Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (Faeal), as melhores alternativas para o incremento da produção de milho e soja no Estado.
O debate ocorreu durante o I Seminário de Produção de Grãos, realizado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) e pelos parceiros que integram a comissão responsável pelos trabalhos do Programa de Incentivo à Produção de Grãos.
Criado em 2015, por iniciativa do secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Vasconcelos, o programa alcançou resultados positivos no ano passado, registrando uma safra de 60 mil toneladas de milho contra 24 mil toneladas em 2014, e de 800 toneladas de soja, a maior parte exportada para a Europa.
“O resultado do ano passado comprova que estamos no caminho certo e a grande opção para aumentar a rentabilidade do produtor e agregar mais valor à produção agrícola de Alagoas é o plantio de milho e de soja”, observou Vasconcelos.
Cada encontro entre produtores e técnicos serve como uma reciclagem para que o agricultor alagoano possa implantar esses conhecimentos em sua propriedade. Nesse seminário, nós mostramos ao produtor alagoano a importância da diversificação de culturas que o governador Renan Filho está implantando em Alagoas. Estamos discutindo o plantio do milho e da soja, mostrando novas variedades e novas tecnologias para que o produtor alagoano venha a conviver cada vez mais com essas atividades, gerando alternativas de emprego e renda durante a entressafra da cana”, explicou o secretário de Agricultura.
O Seminário de Grãos apresentou técnicas de manejo de solo, balanceamento de nutrientes e técnicas de plantio para garantir uma maior produtividade de milho e soja em Alagoas. A primeira palestra da manhã foi comandada pelo engenheiro agrônomo Diógenes Brandalize, da Inovagro Consultoria Agronômica, com o tema “Cultura da soja: experiências práticas e desafios para estabilidade de produção em Alagoas”. “A rotação entre as culturas é a chave para melhorar o solo e produzir mais cana de açúcar. Os períodos com muita chuva estão por vir e não podemos deixar o solo deteriorar durante esse período seco”, alertou Brandalize.
O encontro abordou ainda as vantagens da integração lavoura-pecuária e fez uma avaliação da viabilidade econômica da produção de grãos no Nordeste. De acordo com o coordenador da Comissão de Grãos e superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Hibernon Cavalcante, as palestras mostraram algumas práticas de sucesso e pontos críticos para o incremento nas culturas de milho e soja, como a etapa de comercialização.
“Tem muita gente que não planta grãos em Alagoas porque fica em dúvida sobre a comercialização. Então, para esclarecer alguns procedimentos, trouxemos uma trade que trabalha nos estados nordestinos que hoje produzem grãos. A gente espera que esses produtores que participaram das palestras voltem para suas propriedades com mais informação sobre as questões técnicas e sobre o comportamento do mercado e decidam investir nessas culturas. Com isso, a nossa expectativa é de que a nossa produção cresça, diminuindo nossa dependência do milho e da soja que hoje são comprados de outros estados”, disse Cavalcante.
Com a experiência de quem plantou quase 100 hectares de soja em 2015, o empresário Edilson Maia compareceu ao seminário desta segunda-feira para incentivar outros produtores a investir na cultura. “Fiz um trabalho de pesquisa com a Embrapa no ano passado e os resultados foram muito bons. Para ter uma boa produção, precisamos ter informação. E esses encontros nos proporcionam isso. O produtor precisa ter segurança para iniciar uma atividade, precisa da certeza de que vai ter rentabilidade. E esse seminário proporciona aos produtores as informações necessárias para que ele possa iniciar seu negócio na certeza de que vai ter sucesso”, avaliou Maia.
“A iniciativa do Governo do Estado em apoiar essa diversificação de culturas em Alagoas é louvável porque trata-sede uma inovação tecnológica, uma oportunidade de negócio para o produtor rural. Tenho a visão de que a diversificação só vem a fortalecer a cultura da cana, o produtor e o agronegócio alagoano”, concluiu o empresário.