Alagoas

Polícia Federal investiga disparidade entre números de eleitores e população

Por Erick Balbino 12/05/2016 18h06

Agentes da Polícia Federal estiveram, na última semana, na cidade de Belém, no Agreste do estado de Alagoas, para investigar a disparidade entre os números de eleitores e da população local.

Segundo o juiz Geneir Marques, responsável pela 10ª Zona Eleitoral, da qual faz parte o município de Belém, está em andamento uma ação penal, que corre em segredo de Justiça, para averiguar se realmente há irregularidades com relação ao número de eleitores na cidade.

De acordo com dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o município agrestino possui 4.589 eleitores. Os dados são do mês de abril deste ano.

O problema é que, segundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, Belém possui apenas 4.552 habitantes. A estimativa do órgão era que até 2015 este número fosse de 4.585 habitantes.

Em outras palavras, a cidade de Belém possui quatro eleitores a mais que o total de habitantes estimado para o ano passado.

A explicação mais sensata seria a de que muitos eleitores de Belém não moram efetivamente no município, apesar de votarem lá. Mas, mesmo assim, a disparidade é muito grande.

Fazendo um comparativo com a cidade de Arapiraca, o segundo maior colégio eleitoral do estado por exemplo, percebemos o quanto os números são estranhos. A Capital do Agreste tem, segundo o IBGE, 231.053 habitantes e, segundo o TSE, 135.445 mil eleitores.

Como crianças e adolescentes até 15 anos não votam, o normal seria que realmente houvesse uma diferença muito grande entre o número de eleitores e o de habitantes, como ocorre em Arapiraca.

O que dá a entender é que em Belém, crianças, adolescentes com idades até 15 anos e defuntos são portadores de títulos de eleitor.