Mesmo com a crise, metade dos brasileiros doou dinheiro em 2015, aponta estudo
Os brasileiros foram solidários mesmo diante do atual cenário econômico que o País vive. É o que aponta uma pesquisa que identificou algum tipo de doação por 77% da população no ano de 2015. As doações individuais totalizaram R$ 13,7 bilhões, valor que corresponde a 0,23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira, 15 de junho.
O levantamento feito pelo Instituto pelo Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) também constatou que dos 77% dos brasileiros que fizeram algum tipo de doação, 62% contribuíram com bens, 52% com dinheiro e 34% doaram seu tempo para algum tipo de trabalho voluntário. Considerando apenas os que doaram dinheiro para organizações sociais, o índice chega a 46%.
Na mostra, o Sudeste aparece em primeiro lugar no ranking, concentrando 43,5% dos doadores, seguido pelo Nordeste com 31%, Sul com 13%, Norte com 6,5% e Centro Oeste com 6%. A maioria dos entrevistados, 36%, realizou uma doação por mês ao longo do ano passado. Essas doações se concentraram na faixa de R$ 20 a R$ 40 mensais, totalizando, portanto, de R$ 240 a R$ 480 ao ano.
Mulheres são mais solidárias
A pesquisa apurou que as mulheres doam para organizações com mais frequência que os homens, 49% contra 42%. E o perfil típico do doador brasileiro é mulher com instrução superior, praticante de alguma religião, moradora das regiões Nordeste ou Sudeste e com renda individual e familiar acima de 4 salários mínimos.
Três grandes temas sensibilizam o doador em dinheiro, indica a mostra: em primeiro lugar é a saúde, com 40% das respostas, crianças ocupam a segunda colocação, com 36%, seguidas por combate à fome e à pobreza, com 29%. Cerca de 80% dos entrevistados revelaram não se deixar levar pela emoção na hora de doar e apenas 20% admitiram praticar a doação por impulso.
Para o IDIS, o resultado da pesquisa revela que o brasileiro tem grande consciência na hora de doar. O Instituto entende que esse comportamento demonstra a solidariedade com os mais necessitados, indicando que existe uma forte ligação entre o ato de doar e a gratificação emocional. O IDIS entrevistou duas mil pessoas, com 18 anos ou mais, residentes em áreas urbanas e com renda familiar mensal a partir de um salário mínimo.