A presidente Dilma amargará o mesmo destino que tive, diz Collor
Esta foi a frase que o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) frisou em seu discurso na tribuna do Senado Federal, na terça-feira (30) e ao votar a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, nesta quarta-feira, 31 de agosto, dia histórico na política brasileira com o afastamento definitivo de Dilma Rousseff à Presidência da República por 61 votos a 20.
O senador Fernando Collor de Mello votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff 24 anos depois de sofrer o mesmo processo de ser demovido do poder em 1992.
Sobre a situação atual e àquela de 1992, Fernando Collor de Mello disse que "hoje, a situação é completamente diversa. Além de infração às normas orçamentárias e fiscais, com textual previsão na Constituição como crime de responsabilidade, o governo afastado transformou sua gestão numa tragetória anunciada", disse ele em seu discurso.
E prosseguiu com a leitura dizendo: "É o desfecho típico de governo que faz da cegueira econômica o seu calvário, e da surdez política, o seu cadafalso", enfatizou Collor.
O ex-presidente lembrou e pronunciou em seu discursos artigos e livros que classificaram o processo contra ele como um "golpe" de 1992, mas que ainda sim ele defende o processo de destituição de um presidente da República.
"A verdade é que a história brasileira passa a mostrar que a real política, com suas forças embutidas e seus caminhos tortuosos leva, inescapavelmente, ao uso do impeachment como solução de crises. Disso, não haveremos de fugir", arguiu o senador.
O processo de impeachment de Fernando Collor de Mello se deu a a partir de agosto de 1992, com apresentação de denúncia pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em 30 de dezembro do mesmo ano por 76 votos a favor e 3 contra, Fernando Collor é condenado à perda do mandato e à inelegibilidade por oito anos.
Dilma teve 61 votos a favor do impeachment contra 20 votos, porém manteve a elegebilidade, isto é, o direito de exercer função pública.