A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) apresentou na tarde desta quinta-feira (6), em coletiva à imprensa, os detalhes da investigação, a localização do corpo do professor Daniel Thiele, de 35 anos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desaparecido desde o dia 20 de setembro e duas pessoas, apontadas como suspeitas no crime foram detidas. A polícia chegou até a dupla após um dos suspeitos usar o chip do celular da vítima dias após o seu desparecimento.

O veículo e o corpo do professor universitário foram encontrados pelo Grupamento Aéreo da SSP num terreno vicinal nas proximidades de Rio Largo e Pilar, Região Metropolitana de Maceió. Já os autores do crime foram localizados após investigações feitas pelo delegado Felipe Caldas, da Antissequestro, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic). Levantamentos apontam que Daniel Thiele foi morto por asfixia provocada por um arame. Em seguida, o corpo do professor universitário e seu veículo, um Ford Focus, de cor prata e placa NLZ-2301 foram carbonizados.

O delegado descartou que a morte de Daniel Thiele, tenha ligação com sequestro ou latrocínio. A possibilidade é de crime passional, porém a alegação ainda está sendo investigada. Até o momento foram detidos os irmãos Hemerson Palmeira da Silva, de 28 anos, e Anderson Leandro Palmeira da Silva, de 30 anos. A dupla é apontada como suspeita no caso. Uma terceira pessoa, suspeita de envolvimento no crime, poderá ser detida a qualquer momento. 

O irmão da vítima, Marcelo Thiele, a diretora do Instituto de Química e Biotecnologia, Francine Araújo e a reitora da Ufal, Valéria Correia participaram da coletiva. Valéria lamentou a morte do docente. "A Universidade Federal de Alagoas recebe com profunda tristeza a notícia da suposta morte do professor Daniel Thiele. Eu, como reitora, também tenho acompanhando de perto o caso como gestora da Ufal e nos solidarizamos com o Marcelo. O nosso assessor jurídico já entrou em contato com a família para falar sobre os direitos deles junto à Ufal. Amanhã estamos realizando uma celebração ecumênica, a partir das 14h, em alusão à susposta morte do professor e estamos à disposição do irmão, Marcelo Thiele", afirmou a reitora. 

Marcelo Thiele agradeceu a todos os envolvidos na investigação do caso."Prometi a meu pai que atravessaria o país para encontrar o meu irmão. Entre encontrar sem vida e a incerteza de saber onde ele está, essa situação foi mais aceitável, porque a dor da incerteza é muito forte", declarou emocionado.

A coletiva foi coordenada pelo delegado-geral, Paulo Cerqueira, e pelo chefe do Aéreo, coronel BM André Madeiro. O inquérito deverá ser concluído até a próxima semana.

O caso

Daniel Thiele era doutor e professor do curso de Química Tecnológica e Industrial da Ufal. Ele desapareceu no dia 20 de setembro, após deixar seu apartamento, localizado no bairro da Pajuçara, parte baixa de Maceió, e seguir destino ao Campus AC Simões, localizado na Cidade Universitária. Informações levam a crer que o universitário não chegou à universidade. Como ele morava sozinho, a sua ausência foi sentida pelos alunos da instituição de ensino, que iniciaram as buscas. 

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