Moradores denunciam que funcionários de ótica consultam no lugar de médicos
Moradores da cidade de Traipu procuraram a equipe de reportagem do Portal 7 Segundos para denunciar um golpe. Segundo eles, funcionários de uma ótica estão realizando consultas oftalmológicas no lugar de médicos especializados e ainda estão utilizando carimbos com o número de registros desses médicos.
De acordo com os denunciantes, carros de som e agentes de saúde do município têm realizado a divulgação desse multirão, que acontece na maternidade da cidade, mas ao chegar no local para a suposta consulta, quem realiza o procedimento são os funcionários.
Ao término da consulta, o funcionário entrega um papelzinho e encaminha o paciente para comprar os óculos em uma ótica específica.
Ainda segundo os denunciantes, uma idosa que sofre de glaucoma, uma defomidade no nervo ótico, foi vítima de negligência durante uma dessas "consultas". Os técnicos colocaram um colírio no olho da idosa e ela percisou de atendimento médico.
Ao procurar um especialista na cidade de Arapiraca, o médico informou que o colírio receitado em Traipu não poderia ser usado em uma pessoa que sofre de glaucoma.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina em Alagoas (Cremal), esse tipo de denúncia deve ser feita na delegacia do muniípio.
Em nota, a assessoria do Cremal informou que o órgão só pode punir médicos. "No caso de pessoas que estejam se passando por médicos, a denuncia deve ser realizada na Delegacia de Polícia Civil"..
O Portal 7 Segundos entrou em contato com a assessoria de comunicação dq prefeitura municipal de Traipu e foi informado de que as consultas oftalmológicas estão sendo realizadas pela Associação Olhar pelo Próximo, com sede em Giânia (GO), órgão formalmente legalizado.
"O médico responsável é Mário Márcio Silvestre Tabox, com CRM nº 152010, do estado de São Paulo. Todos os atendimentos são gratuitos e realizados por profissionais capacitados e autorizados pelo Conselho Regional de Medicina. A prefeitura de Traipu tão somente cedeu o local onde acontecem as consultas para facilitar o acesso da população. Ademais, antes de autorizar a cessão do espaço, a Prefeitura de Traipu consultou o CRM/AL, que confirmou a autorização do médico para realizar as referidas consultas", escreveu em nota a assessoria.