O senador Benedito de Lira (PP-AL) ocupou a tribuna do Senado para fazer um apelo ao Governo para promover a diversificação da agricultura em Alagoas, aproveitando a melhoria na oferta de água proporcionada pelo Canal do Sertão.

O senador anunciou que o presidente Michel Temer pretende visitar Alagoas na próxima semana exatamente para inaugurar o trecho 4 do Canal do Sertão, considerada a maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas. No momento, a água do rio São Francisco adentra o semiárido alagoano atendendo cerca de 130 famílias de sertanejos que vivem à beira dos 93 quilômetros do canal.

Benedito de Lira mencionou os municípios do agreste, Arapiraca, Taquarana, Coité do Nóia e Limoeiro de Anadia que até pouco tempo tinham na cultura do fumo sua principal atividade econômica. “Infelizmente, o fumo perdeu a importância e hoje esses municípios estão obrigados a buscar outras alternativas”, explicou o senador.

O senador falou que é necessária a ajuda do Governo para a agricultura de seu estado e ressaltou a importância da produção de abacaxi no agreste alagoano, informando que a área plantada dobrou nos últimos cinco anos.

“A cultura do abacaxi é a melhor alternativa devido à similaridade com o fumo. O plantio pode ser feito em pequenos minifúndios, o que torna a atividade bastante adequada à agricultura familiar. Além disso, o abacaxi é extremamente rentável, o que favorece à geração de emprego e renda”, disse Benedito.

Benedito de Lira acredita que a produção crescerá ainda mais depois da conclusão do Canal do Sertão, conduzindo água do São Francisco e aumentando a capacidade de irrigar as terras do agreste. O senador também cobrou incentivo para a agroindústria do abacaxi.

- É preciso que superemos o padrão primário exportador tradicional, que incluamos mais conteúdo tecnológico à cultura do abacaxi e que criemos uma cadeia de produção que venha aumentar o valor agregado do fruto e o número de empregos diretos, contribuindo para o fortalecimento da economia local - disse.

No discurso, o senador Benedito de Lira também chamou atenção para o declínio da cana-de-açúcar em Alagoas, situação que atribuiu ao fechamento de mais da metade das indústrias do setor sucroalcooleiro. Para ele, faltaram as condições necessárias para propiciar o desenvolvimento da industrialização dos derivados da cana.