Interior

Contas atrasadas, lixo, abandono nas ruas e festa para comemorar

Em meio ao descaso com a cidade e a pagamentos em atraso, prefeito de Paulo Jacinto propõe festa de despedida

Por 7 Segundos com Assessoria 29/12/2016 16h04
 Contas atrasadas, lixo, abandono nas ruas e festa para comemorar
Paulo Jacinto - cidade abandonada pela gestão atual - Foto: Vitor Meneses

O município de Paulo Jacinto, distante cerca de 120 quilômetros de Maceió, já viveu dias melhores. Seus pouco mais de 7.500 habitantes sofrem diariamente com a ineficiência da gestão municipal nos últimos anos. O quadro é de lixo acumulado em praça pública, equipamentos esportivos abandonados e danificados, transporte escolar comprometido, caçambas e tratores quebrados, e falta de ambulância.

Mesmo diante desse cenário de abandono, o atual prefeito do município, Ivanildo Pereira do Nascimento, protocolou no 10º Batalhão de Polícia Militar – responsável pelo policiamento ostensivo na região – informe sobre um evento comemorativo pelo encerramento da sua gestão.

Conforme o ofício, a festa ocorrerá na Praça de Eventos da cidade, com início marcado para às 22 horas da próxima sexta-feira (30) e encerramento às 4 horas da manhã do sábado (31).

O prefeito eleito do município, Marcos Lisboa, afirmou que festejar é típico da cultura do povo nordestino e não seria problema em Paulo Jacinto se a atual gestão não acumulasse dívidas com fornecedores e com prestadores de serviço na cidade, e até com os próprios servidores que estão com salários atrasados.

“Se falta recurso para pagar as dívidas da prefeitura, consertar ambulâncias, manter transporte escolar digno, recuperar a frota de máquinas, conservar as praças e equipamentos esportivos, limpar e cuidar da cidade, como vamos admitir ter dinheiro para investir em festa de grande porte no último dia útil do ano?”, questionou Lisboa.

O futuro gestor do município acredita que o atual prefeito pretende deixar os custos da festa para serem pagos com o recurso da repatriação, do governo federal, que apesar de já liberados só entram efetivamente nos cofres do município no dia 2 de janeiro  de 2017.

“Mesmo sabendo que esse fundo é destinado prioritariamente para pagamento de salários em atraso e que será fundamental para recuperação da cidade, o prefeito quer usar o dinheiro para uma festa montada de última hora. Isso é inadmissível e vamos contestar judicialmente.”, expõs Marcos Lisboa.