Deputados criticam forma de divulgação dos resultados da Operação Carne Fraca
Na sessão desta terça-feira, 21, o deputado Gilvan Barros Filho (PSDB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para fazer duras críticas a forma como a operação da Polícia Federal, denominada Carne Fraca, que investigou setor de carne e proteína animal no país, foi divulgada na mídia nacional. “Na verdade o que aconteceu foi um show de pirotecnia contra um setor que representa 20% dos empregos brasileiros”, destacou.
Falando em números, o deputado disse que 33 agentes, num universo de 11 mil funcionários que compõem o Ministério da Agricultura, foram afastados e 21 frigoríficos, de 4.837, cometeram algum tipo de infração. “O que preocupa é a forma como foi explicitada a operação para a população. Isso poderia ter ocorrido em segredo de justiça, punindo os responsáveis sem expor o País a essa situação. Mas, infelizmente, eles preferiram os holofotes igualando todos por baixo”, afirmou.
Gilvan destacou que o Brasil é o maior exportador de carne do mundo. “São carnes de altíssima qualidade que o Brasil exporta para mais de 150 países. Produtos fiscalizados por equipes de vigilâncias sanitárias nacionais e internacionai. Os produtores rurais brasileiros, ao longo dos anos, vieram se modernizando e investindo em tecnologia sustentável, genética de ponta, entre tantos outros gastos para o melhoramento do setor”, afirmou.
Em aparte, o deputado Sérgio Toledo (PSC) disse que a operação deflagrada pela PF está gerando graves transtornos ao setor do agronegócio, principalmente pela forma como foi conduzida a investigação. “Na calada da noite se deflagra uma operação dessas e acusa um setor, mas não acusa pontualmente quem deve ser atacado. Um setor importante do qual o Brasil necessita e que está segurando a economia do País”, observa Toledo. Na opinião do deputado Francisco Tenório (PMN), todo o efeito produzido pela operação poderia ter sido evitado. “Essa operação poderia ter sido feita sem prejudicar o Brasil e o agronegócio. Mas, lamentavelmente, a forma como tem se conduzido as investigações no Brasil é para se denegrir primeiro a imagem do acusado”, criticou Tenório.
De acordo com o deputado Inácio Loiola (PSB), o tema levantado é de grande relevância e merece ser melhor aprofundado pelo Parlamento alagoano e por toda a sociedade. “Isso é muito preocupante, até porque nas coisas em que o Brasil é modelo estão tentando destruir sua imagem fora do País. O setor do agronegócio tem sido uma grande referencia, porque o Brasil é o maior exportador de carnes e aves do mundo”, argumentou Loiola. Outro que comunga da mesma opinião é o deputado Ronaldo Medeiros (PMDB). Ele criticou as operações que vem sendo realizadas pela Polícia Federal e observou que não só apenas o agronegócio está sendo abalado, mas também o setor petrolífero. “Se tem erros, vamos corrigi-los. Se tem problemas que se apure, mas de forma individual”, observou.
Ainda em aparte, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) observou que o agronegócio é um setor muito importante e que movimenta a economia do País, mas ponderou que essa investigação vem sendo realizada há pelo menos dois anos, onde foram identificadas e nominadas 21 empresas que estavam comentando erros. “É necessário que o consumidor saiba quem é que está vendendo carne adulterada e imprópria para o consumo e tem que se dar o máximo de publicidade em cima disso”, observou Cunha. O deputado Antonio Albuquerque (PTB) também se mostrou bastante preocupado com a situação do agronegócio. Ele leu matéria do jornalista Luis Nassif que representa o seu pensamento em torno da “Operação Carne Fraca”. Na matéria, o profissional da imprensa considera que “a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, traz uma comprovação básica: o nível de emburrecimento nacional é invencível”.
Em aparte, o deputado Ricardo Nezinho (PMDB) considerou a “Operação Carne Fraca” como midiática e que coloca em risco a economia do País. “E a conta desse prejuízo será paga pelo povo brasileiro. Creio que uma operação como essa foi um desserviço ao Brasil”, avalia Nezinho. O deputado Galba Novaes (PMDB) demonstrou preocupação com o tema e disse que o Governo já deveria ter sido alertado sobre esse problema.