Alagoas

"Falta de estrutura na polícia judiciária é geral”, denuncia Aspol, que fala em sucateamento da PC

Por 7 Segundos 02/06/2017 12h12
'Falta de estrutura na polícia judiciária é geral”, denuncia Aspol, que fala em sucateamento da PC
Aspol afirma que PC vive momento difícil - Foto: Ilustração

Com um déficit de agentes, delegados e escrivãs, a Polícia Judiciária de Alagoas passa por um momento complicado, com estrutura precária nas delegacias, e pouco pessoal para atender as demandas em todo o estado. É o que afirma a Associação dos Servidores da Polícia Civil de Alagoas (Aspol).

De acordo com a associação, a Lei Estadual prevê cerca de quatro mil agentes policiais efetivos em Alagoas. No entanto, o que se vê é menos da metade deste efetivo, um total de 1467 agentes de polícia. O déficit também se encontra para escrivãs, onde a lei institui 300 profissionais, e atualmente, há apenas 243. Enquanto os delegados, em um total de 203 que deveria atender toda a população, a Aspol afirma que há apenas 148 em todas as regiões do estado. 

“Sentimos que o governador, com todo o respeito, não está enxergando a Polícia Civil como segurança pública. Não adianta você estruturar a Polícia Militar e não dá uma estrutura igual à polícia civil. Tem que ter a PM forte para combater, mas também uma PC forte para elucidar e investigar crimes. Quando você não faz isso, passa a dá uma estrutura a PM e a sucatear a PC”, declara o diretor financeiro da Associação, Lopes Júnior. 

A associação afirma, por meio do seu presidente, Hebert Melanias, que 94 policiais aguardam serem chamados para as vagas dos candidatos remanescentes da Polícia Civil e cerca de 40 delegados de Polícia Civil para convocação, desde 2014. O concurso foi realizado em 2012. Acredita-se que o número dos candidatos que esperam seja menor, porque muitos delegados já migraram para outras esferas policiais. 

Segundo Lopes Júnior, a “falta de estrutura na polícia judiciária é geral”. De acordo com a Aspol, nos 102 municípios alagoanos há mais de 100 delegacias, mais de 100 unidades distritais, diversas delegacias especializadas, inclusive na capital, e, no entanto, em cada cinco policiais no estado, apenas um é policial civil. 

“Dá para investigar alguma coisa? Com quatro policiais dentro de uma delegacia?”, questiona o presidente da associação, Hebert Melanias. 

O que o governo do estado diz? 

A Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado informou que o Governo de Alagoas nomeou 12 agentes da Polícia Civil da reserva técnica de 2012. Afirmou que cronogramas estão sendo montados nos limites orçamentários do Estado, para que haja a convocação dos aprovados até o período vigente. 

Confira nota da Secretaria na íntegra

O Governo de Alagoas assinou, em 2016, a prorrogação do concurso público da Polícia Civil, ocorrido em 2012. O ato preconiza que fica prorrogado por igual período o prazo de validade do concurso. 

No entanto, vale ressaltar que, em abril deste ano, o Governo nomeou 12 novos agentes da Polícia Civil que compõem a reserva de 2012. É de interesse do Estado e de toda a população que os policiais sejam convocados. Por isso, cronogramas estão sendo montados, respeitando principalmente as contas orçamentárias do Estado, para que haja a convocação dos aprovados até o período vigente de prorrogação.

É importante ressaltar também que mesmo em meio a uma crise financeira no Estado e em todo o País, o Governo de Alagoas se destaca no diálogo junto às categorias que compõem o funcionalismo público local. 

Em relação às melhorias, de modo geral, o Governo está ampliando os Cisps [Centros Integrados de Segurança Pública], que unem polícias Civil e Militar e que têm reduzido, em média, 35% o número de homicídios e ampliado a expectativa de segurança da população em várias cidades do interior de Alagoas.