Defensoria Pública alerta população sobre golpes contra pessoas idosas
A Defensoria Pública do Estado alerta a população sobre constantes golpes que vêm sendo aplicados por quadrilhas de estelionatários.
De acordo com a defensora do Núcleo do Idoso da Defensoria Pública , Luciana Faro, nos últimos meses, a instituição atendeu diversas vítimas de grupos criminosos. “Eles se aproveitam da fragilidade das pessoas idosas, que costumam confiar com mais facilidade, sem muitas indagações. Os estelionatários inventam histórias mirabolantes e os manipulam, convencendo-os a passar informações, fazer depósitos ou saques e até empréstimos em instituições financeiras”, explica a defensora.
Foi o caso da senhora M. de A., 72 anos, abordada na rua por uma dupla de estelionatários, na semana passada, quando ia sozinha até a escola do neto.
“Um homem simples, que parecia do interior, me abordou pedindo informações e, em seguida, uma mulher super simpática e 'confiável' apareceu oferecendo ajuda. Ela pegou uns papeis que estavam nas mãos dele, conversou um pouco com ele e depois me contou que ele tinha muito dinheiro para receber, e que a gente deveria acompanhá-lo porque ele não conhecia a cidade. Ela me botou no carro dela e me convenceu a tirar todo dinheiro que eu tinha em duas contas de banco, uma era o salário do meu marido e ficou com todos os meus cartões. Ela disse que precisávamos mostrar a ele que éramos de confiança”, conta a idosa.
Segundo a vítima, a estelionatária fingiu devolver o dinheiro dentro de um pacote lacrado, onde também estaria uma grande quantia pertencente ao homem e marcou um horário de encontro pro dia seguinte. O golpe resultou em um prejuízo no valor de R$ 20 mil, entre os saques no banco e o uso do limite dos cartões de crédito da idosa, que a dupla levou.
“Eu fui até o ponto de encontro, mas ninguém apareceu e eu fiquei preocupada com o rapaz. Não consegui dormi por dois dias, foi o momento em que decidi contar o que tinha acontecido pro meu filho. Ele percebeu o golpe imediatamente e me obrigou a abrir o tal pacote de dinheiro, onde na verdade só havia papel”, conta.
A família da idosa a levou até uma delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência e para a Defensoria Pública a fim de pedir a filmagem.
Cuidados Importantes
A defensora frisa que é importante a família ficar atenta aos idosos. “O idoso deve ser acompanhado sempre que possível. Caso ele vá sozinho a uma agência bancária, é importante orientá-lo a não realizar grandes saques e não sair do banco com grandes quantias de dinheiro, pois os membros das quadrilhas frequentam as instituições a fim de encontrar possíveis vítimas”, explica.
A defensora recomenda que o idoso se dirija a uma agência bancária quando precisar realizar uma transação financeira, evitando caixas eletrônicos, visto que, na agência, normalmente existem pessoas capacitadas para ajudar ou mesmo atendê-los. É importante não fornecer informações pessoais e o cartão do banco para estranhos, sob nenhuma hipótese.
Faro ressalta, ainda, que as instituições financeiras não pedem a confirmação, não solicitam informações pessoais e senhas por telefone. Além disso, tais instituições não costumam ligar para os clientes pedindo depósitos em contas pessoais de pessoas físicas ou jurídicas, muito menos solicitando o depósito de valores para retirada de prêmios lotéricos ou ajuizamento de demandas judiciais.
O que fazer?
Quando o idoso for vítima de um golpe a primeira ação a ser tomada é procurar uma delegacia para noticiar o crime e fazer um boletim de ocorrência. Em Maceió, quatro delegacias estão destinadas ao atendimento da pessoa idosa, são as do 4ºDP (Pinheiro), 5ºDP (Salvador Lyra), 6ºDP (Cruz das Almas) e 8ºDP (Benedito Bentes) Distritos Policiais da Capital, com área de atuação delimitada.
Também deve solicitar o cancelamento de cartões e bloqueios de contas, quando o cartão e/ou informações da conta bancária foram dados aos criminosos também é necessário.
A Defensoria Pública do Estado também presta atendimento à vítima, orientando e atuando na área cível com o pedido das filmagens e indenizações em face do banco, quando o banco concede empréstimo sem a autorização do titular da conta, ou em situação suspeita.