Casal passa por quatro maternidades e bebê morre antes do parto
Pais chegaram a implorar por uma cesariana, mas os médicos pediram para esperar
A dona de casa Maria Quitéria de Oliveira Moreira (42) está vivendo um drama após perder o que seria seu segundo filho que nasceu morto após muito atraso para a intervenção de uma cesariana. O fato ocorreu na madrugada desta terça-feira (19) na Maternidade Santa Mônica, em Maceió.
Segundo o esposo de Quitéria, José Elias da Silva, ela começou a sentir as contrações durante o último fim de semana e começou a ser atendida em Teotônio Vilela, cidade onde reside a família, a 72 Km da capital alagoana.
Inicialmente, no último sábado (16), os pais foram até a Unidade Mista Nossa Senhora das Graças, em Teotônio Vilela, mas após alguns minutos pediram que ela voltasse pra casa. No domingo, o casal retornou a Unidade Mista e em seguida foi para a Santa Casa na cidade de São Miguel dos Campos, que fica a 41 Km de Maceió.
De lá foram encaminhados, nesta segunda-feira (18), para a Maternidade Nossa Senhora de Fátima e em seguida para a Santa Mônica, ambas em Maceió. Os pais ainda não entendem porque em nenhum momento foi cogitado pelos médicos a possibilidade de uma cesariana e o tempo todo a orientação era para que esperassem um pouco mais.
Foi uma verdadeira peregrinação, de acordo com o pai do bebê, passando por quatro unidades de saúde em Teotônio Vilela, São Miguel dos Campos e mais tarde outras duas em Maceió. Ele disse que pediu pra que a cesariana fosse feita, mas o tempo todo o procedimento foi negado, com pedidos para esperar. Quando o parto foi realizado, na madrugada desta terça-feira (19), a criança já estava sem vida. A família está revoltada.
"A gente não esperava isso. Ela fez todo o pré-natal. Estava bem. Demoraram demais para fazer o parto. Ela estava com muita dor e a bolsa estourou e mesmo assim mandaram ela voltar para casa. A equipe do hospital de Teotônio deveria ter encaminhado logo", disse o pai.
A direção da Unidade Mista Nossa Senhora das Graças, em Teotônio Vilela, informou que uma comissão vai investigar o caso. A explicação foi que a paciente foi liberada, pois não estava em trabalho de parto.
Já a direção da Uncisal (que responde pela Santa Mônica) informou que a paciente deu entrada naquela unidade hospitalar em trabalho de parto, mas que o bebê já estava sem vida desde a Maternidade Nossa Senhora de Fátima, também em Maceió.