Disputa entre marchantes e abatedouro pode gerar desabastecimento de carne
Frigorífico da cidade subiu tarifa de abate e marchantes não aceitam novas condições
Um impasse de valores e condições está colocando em risco o abastecimento de carne nos açougues e feiras de Arapiraca. Os marchantes (profissionais responsáveis por vender animais abatidos para o comércio) estão em desacordo com o matadouro da cidade, a FrigoVale, após ajuste do valor da taxa de abate.
O 7Segundos conversou com um dos representantes da classe dos marchantes, Marlos dos Santos. O trabalhador explicou que a classe está insatisfeita sobretudo com o valor da taxa de abate, que será de R$ 94,02 (atualmente, está em vigor o valor de R$ 68, por 120 dias):
“Esta empresa não respeita a gente, não tem um bom tratamento, o desvio de carne é um absurdo. O valor-base era de 30 reais e as vísceras estavam a ser decididas pela Justiça, quem tem direito de ficar com elas, com intervenção da Defensoria Pública. Existe uma tabela que eles podem aumentar anualmente, baseada no IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Eles alegam que o valor era promocional. Então, os marchantes cobram que haja um valor fixo justo, o direito às vísceras e o fim de práticas irregulares[sic]”.
Segundo Marlos, uma greve foi cogitada pela categoria, que poderia provocar o desabastecimento de carne nos açougues e feiras de Arapiraca. Porém, para não gerar prejuízo para o comércio e para os próprios marchantes, a tentativa será a de abater os animais em Maceió, a partir desta semana.
A direção da FrigoVale emitiu nota sobre o imbróglio com os marchantes. Confira na íntegra:
A FRIGOVALE informa que está segura da mudança que ajusta a tarifa de abate em R$ 68,00 em 28.07.2018 de acordo com o contrato e a necessidade econômica da empresa. Lembrando que o valor correto, pelo contrato de concessão hoje é R$ 94,02) esse valor de 68,00 ficou por 120 dias, a pedido do procurador do município, sendo visto a diferença até esse período.
Além do mais, todo processo de comunicação e informação com a prefeitura e os marchantes foi feito da maneira certa. A FrigoVale tem consciência de que a decisão é necessária e justa, visto os altos custos para se manter o funcionamento da indústria e a carne limpa para os consumidores de Alagoas.
Hoje, 93% dos marchantes sabem de tudo, entendem e correspondem, apenas 7% ainda precisa entender, mas não é impossível, a dificuldade é que esse ano terá eleição e alguns precisam de palanque.
A FRIGOVALE está firme e segura, e o acordado no contrato será mantido integralmente.
A Direção
O diretor-executivo da FrigoVale, Jaelson Gomes, conversou com o 7Segundos sobre o conflito. Segundo Jaelson, o valor de R$ 94,02 foi previsto em contrato de concessão com a prefeitura e que o preço de 30 reais foi uma tentativa de atrair os trabalhadores que usam abate clandestino. No entanto, a empresa não conseguiu mantê-lo devido aos altos custos do serviço. O diretor explicou ainda que o direito às vísceras também foi combinado na concessão pública feita pela Prefeitura de Arapiraca e que os marchantes têm ciência destas informações desde a implantação da empresa na cidade.
Veja também
Últimas notícias
Tia Júlia se reúne com Águas do Sertão para alinhar cronograma das obras de saneamento
Inep divulga gabarito preliminar da Prova Nacional Docente
PM flagra tráfico de drogas e apreende veículos adulterados no Sertão de Alagoas
PM prende suspeito de furto e apreende arma e drogas em Santana do Ipanema e Penedo
Monja Coen volta a Maceió após 6 anos para falar sobre ética, atenção e compaixão
Operação no Rio de Janeiro deixa 18 suspeitos mortos e 56 presos
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
