Empresário e servidor de Arapiraca são acusados de corrupção
Para Justiça, eles podem estar envolvidos em rombo milionário na prefeitura de Boca da Mata
Um empresário de Arapiraca teve os bens bloqueados e um servidor da prefeitura de Arapiraca que estava cedido ao município de Boca da Mata foi afastado do serviço por decisão da juíza Eliane Acioly Machado, que investiga um esquema de corrupção que provocou rombo de mais de R$ 28 milhões no município da Zona da Mata. O despacho que penaliza os arapiraquenses é o mesmo que afastou do cargo o prefeito Gustavo Dantas Feijó, por um período de 180 dias.
O empresário Edson José Bezerra, apelidado de "Mão Furada", é muito conhecido em Arapiraca e exerce também cargo de vice-presidente de Finanças da Federação Alagoana de Futebol. Ele aparece junto com outras nove pessoas e uma empresa acusados de se beneficiarem do esquema de desvio de recursos públicos. Para a magistrada, ele e os demais tiveram um acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito e, por conta disso, houve a determinação para que os bens deles sejam bloqueados.
Já Wellington Carlos Bezerra, servidor da prefeitura de Arapiraca e que estava cedido para o município de Boca da Mata, foi afastado das funções pelo prazo de 180 dias, em decorrência da proximidade com o prefeito Gustavo Feijó. O afastamento deles e do assessor especial Carlos Alberto Silva da Graça foi considerado "indispensável" pela juíza Eliana Acioly, porque poderiam influenciar pessoas que devem ser convocada para prestar esclarecimentos.
Conforme as investigações, contratos irregulares foram celebrados entre a prefeitura de Boca da Mata e a empresa Ômega Locação e Terceirização (Jenilda Gomes LIma LTDA) para prestar serviços de locação de máquinas e veículos para atender várias necessidades do município. Além da ilegalidade do pregão vencido pela empresa, o Ministério Público Estadual descobriu que os serviços nunca foram prestados e que os valores contratados eram repassados para terceiros.
Entre os anos de 2013 a 2018, a Ômega teria recebido R$ 28 milhões, mas de acordo com a juíza, o rombo nos cofres da prefeitura pode ser bem maior.
Mão Furada é amigo pessoal do prefeito Gustavo Feijó e se beneficiaria do esquema de corrupção como um dos sócios do Auto Posto 20, que recebia parte do dinheiro desviado a título de pagamento de combustíveis dos veículos da Ômega. O posto de combustíveis, segundo o MP, servia para lavagem de dinheiro e para viabilizar as operações de enriquecimento ilícito.