Brasil

‘Pena que não foi na Indonésia’, diz Bolsonaro sobre militar preso com cocaína em avião da FAB

Bolsonaro disse ainda que pediu para a Aeronáutica investigar o sargento

Por Estadão Conteúdo 29/06/2019 14h02
‘Pena que não foi na Indonésia’, diz Bolsonaro sobre militar preso com cocaína em avião da FAB
ONU critica Bolsonaro por defender mineração na Amazônia - Foto: Reuters

Em entrevista concedida durante participação no G20 em Osaka, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro disse que o segundo-sargento da Aeronáutica flagrado com 39 kg de cocaína na Espanha “traiu a confiança dos demais” e “lamentou” que o caso não tenha acontecido na Indonésia, onde há pena de morte nesses casos.

“Aquele ali traiu a confiança dos demais. Pena que não foi na Indonésia. Ele iria ter o destino que teve no passado Marco Archer”, afirmou, citando o caso do brasileiro fuzilado em 2015 por tentar entrar no país asiático com 13 quilos de cocaína.

Bolsonaro disse ainda que pediu para a Aeronáutica investigar o sargento. “O que nós queremos das Forças Armadas é que seja levantada toda essa rede na qual ele está no meio dela. No meu avião, todos são revistados. O meu material é aberto antes de embarcar.”

Preso desde terça-feira (25) na Espanha, Manoel Silva Rodrigues conversou com a família, por telefone. Ele está recebendo assistência consular do Ministério das Relações Exteriores, prestado a cidadãos brasileiros no exterior. Um pedido de extradição é descartado no momento, já que não há condenação no Brasil.

Rodrigues, que é comissário de bordo, fazia parte da comitiva de 21 militares que acompanha a viagem de Bolsonaro ao Japão. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em que estava o militar é usado como reserva da aeronave presidencial e, portanto, a comitiva não fazia parte do voo que transportou o presidente. A droga foi achada na bagagem do sargento ao desembarcar em Sevilha, primeira etapa da viagem.

Após o episódio, a Aeronáutica montou um grupo de trabalho para revisar procedimentos de segurança em aeronaves militares que sirvam à Presidência ou à Força Aérea. Desde terça, as bases aéreas mais estruturadas, como a de Brasília, já estão sendo mais rígidas nos controles de bagagens e nos acessos às aeronaves.