Polícia

Mulher que teve dedos decepados em assalto relata momentos de terror

Vítima conta que bandidos usaram faca e martelo: “Fizeram questão que eu visse tudo”

Por 7Segundos 01/08/2019 17h05
Mulher que teve dedos decepados em assalto relata momentos de terror
Dedos não puderam ser reimplantados - Foto: João Henrique/ 7Segundos

A empresária Marizete Maria de Oliveira, 41, está se recuperando fisicamente da amputação de dois dedos durante o assalto que sofreu, no último final de semana, na oficina mecânica que pertence a ela e ao esposo, no bairro Baixão em Arapiraca. Mas do trauma vivido nos momentos de terror, em que ouvia ameaças dos assaltantes e achava que seria assassinada, a recuperação deve levar muito mais tempo.

Para o 7Segundos, ela contou que, nos momentos em que teve os dedos decepados, teve a cabeça segurada de modo que ela não conseguia desviar o olhar: “eles fizeram questão que eu visse tudo”, afirmou, enquanto explicava que os assaltantes usaram uma faca e um martelo, que estavam junto com as ferramentas da oficina, para praticar a agressão.

Segundo a mulher, o carro da família costumava ser guardado na oficina, localizada no bairro Baixão, porque não há espaço na garagem da residência onde moram. Na noite de sábado (27), após retornar de um serviço externo, o casal foi guardar o veículo no estabelecimento e a vítima ficou sozinha no interior, com a portão de rolo parcialmente fechado, enquanto o esposo foi a um supermercado comprar um lanche, antes de eles seguirem para casa à pé, como habitualmente faziam.

“De repente, eu vi a porta levantando e entrou um rapaz em uma moto. Outro passou e baixou a porta. Eu falei: ‘boa noite, você está precisando de alguma coisa?’. Aí ele botou a arma na minha cabeça e pediu a chave do carro”, relata.

A mulher relata que respondeu que a chave do veículo estava com o esposo, que havia saído do local. Os bandidos teriam pedido o telefone celular, e quando ela respondeu que também estava com o marido, eles passaram a duvidar dela.

“Um deles pegou uma faca e um martelo, que estavam nas  ferramentas da oficina, olhou para o outro e disse: . Ele olhou para o outro e disse: ‘mostre a ela que a gente não está brincando’. Ele pegou meu dedo, botou no birô, botou a faca em cima e bateu com o martelo. Foi um choque. Ele pegou um paninho que estava comigo e colocou na minha boca, para eu não gritar”, conta.

Pouco depois, ele mandou novamente que a vítima entregasse a chave do carro, e Marizete respondeu mais uma vez que estava com o marido. “Eu respondi: ‘moço, pelo amor de Deus, o senhor vai me matar, mas eu não estou com a chave do carro”. Os bandidos não acreditaram e deceparam o segundo dedo da mulher e passaram a fazer ameaças.

Marizete conta que o assaltante que estava com a arma de fogo dizia para o outro que eles iriam cortar todos os dedos, depois cortar a mão e colocar dentro da boca dela. Naquele momento, ela relata que achava que seria assassinada pelos assaltantes. “Dizia para Deus, se eu tiver que morrer hoje, estou em tuas mãos, Senhor”.

Quando um dos assaltantes se preparava para decepar o terceiro dedo da mão dela, o outro bandido passou a tocar o corpo dela, até que descobriu que a mulher estava com R$ 2 mil em dinheiro guardados nas roupas íntimas. “O outro queria me violentar. Passou a mão nos meus seios, abriu a minha calça e quando desabotoou meu sutiã, o dinheiro que estava guardado lá caiu”, disse.

Após pegar o dinheiro, os assaltantes decidiram ir embora. Antes disso, ainda deram um chute na vítima, que ficou no chão, desmaiada. Pouco depois, o esposo dela chegou ao local e viu Marizete desmaiada, rodeada de sangue, e os dedos dela em cima do balcão. O desespero dele foi ouvido por uma pessoa que passava pelo local, que ajudou a acionar o Samu e a polícia.

Por conta do tempo até o socorro, a vítima não pôde ter os dedos reimplantados. “Graças a Deus, estou aqui. Só tenho a agradecer a Deus, o apoio da polícia, o apoio que tive na emergência, dos médicos, enfermeiros, psicólogos, e também da minha família. É isso que está me mantendo em pé”, afirmou a vítima, que relatou também que desde o ocorrido está sob o efeito de remédios.

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