Brasil

Bolsonaro e ministro se contradizem sobre futuro dos Correios

Marcos Pontes nega processo de privatização, menos de meia hora depois, Bolsonaro confirma intenção de ven

Por UOL 06/08/2019 13h01
Bolsonaro e ministro se contradizem sobre futuro dos Correios
Correios é uma das estatais no plano de PDVs do governo - Foto: Dário Oliveira

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) deram declarações divergentes sobre a privatização dos Correios, na manhã desta terça-feira (6). As falas contrárias aconteceram em um intervalo de meia hora, em eventos diferentes.

O ministro disse, em audiência na Câmara, que não há "nenhum procedimento de desestatização ou privatização da empresa pública". A declaração aconteceu por volta de 10h20.

Já Bolsonaro, pouco antes das 11h, em evento em São Paulo, disse "vamos privatizar os Correios". O presidente participa de um congresso da Fenabrave (entidade que representa concessionárias de veículo). A declaração de Bolsonaro se deu durante sua apresentação, quando viu na plateia o correligionário e deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP), conhecido como "Carteiro Reaça".

Marcos Pontes foi convidado à Câmara para dar esclarecimentos sobre a privatização dos Correios, bandeira de campanha de Bolsonaro. A pasta de Pontes é onde está alocada a estatal. Participam da audiência o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, funcionários e representantes dos sindicatos dos carteiros.

"O que quero trazer é que não existe nenhum processo dessa natureza. Nenhum procedimento de desestatização ou de privatização, qualquer coisa nesse sentido, para nos preocupar nesse momento", disse Pontes.

Ele ressaltou que não há processo de privatizar, mas defendeu que todos envolvidos nos Correios (funcionários, governo) participem das discussões caso surjam projetos ou discussões nesse sentido.

"O que temos hoje de concreto é trabalhar para que os Correios sejam sustentáveis em termos econômicos e financeiros. De concreto, é isso que a gente tem de determinação", disse Pontes.