Bolsonaro exalta ditadura de Pinochet no Chile e ataca pai de Bachelet
Pai da ex-presidente chilena e atual comissária da ONU foi torturado e morto pela ditadura que vigorou até 1990
O presidente Jair Bolsonaro exaltou a ditadura militar do Chile e atacou o pai da ex-presidente do país e alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, morto pelo governo autoritário do general Augusto Pinochet, em uma postagem no Facebook nesta quarta-feira, 4.
Bolsonaro acusou Michelle Bachelet de “se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira” e de agir como o presidente da França, Emmanuel Macron, depois que a comissária alertou para uma redução do “espaço democrático” no Brasil.
“Michelle Bachelet, comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu Bolsonaro.
“Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai brigadeiro à época”, disse ainda.
Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general da Força Aérea do Chile. Como se opôs ao golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 – liderado pelo chefe do Exército Augusto Pinochet – foi preso e vítima de interrogatórios e torturas. Ele morreu sob custódia, em fevereiro de 1974, aos 50 anos.
A ditadura só teve fim em 1990, depois que o regime admitiu a derrota em um referendo nacional que abriu o caminho para a restauração da democracia.