Vereador Edvânio confirma que não irá renunciar: "prefeito não cumpriu desafio"
Parlamentar afirma que Teófilo inaugurou "maquiagem" e que obras em praça não foram concluídas no prazo
A aposta lançada pelo vereador Edvânio do Zé Baixinho (PSL) - que uma semana antes da emancipação política de Arapiraca prometeu que renunciaria ao mandato caso o prefeito Rogério Teófilo a concluisse a construção de uma praça no bairro Baixa Grande - virou motivo de piadas e memes nas redes sociais, especialmente depois que a obra foi acelerada e inaugurada um dia antes do prazo estabelecido pelo desafio. O suplente do parlamentar, Dorge do Queijo (PRTB) chegou a ser procurado pela imprensa e afirmou que estava pronto para assumir a vaga, mas o vereador não renunciou ao cargo.
Edvânio, que chegou a ser taxado como "político sem palavra", revelou ao 7Segundos o porquê de não ter renunciado e afirmou que, além de não renunciar, pretende disputar a reeleição no ano que vem.
"Para Arapiraca, seria melhor a renúncia do prefeito do que a minha. Se ele não cumpriu a parte dele do desafio, não preciso cumprir a minha. A praça não teve as obras concluídas dentro do prazo, o que foi inaugurado foi apenas uma maquiagem. Até a quinta-feira da semana passada havia cinco homens trabalhando lá e vários moradores da região me mandaram vídeos mostrando que a pressa para terminar a obra foi tão grande que os postes estão dando choque e os bancos foram mal colocados. Mas se tem um lado bom nisso tudo foi que descobri como fazer o prefeito trabalhar", declarou o vereador.
De acordo com Edvânio a inauguração da praça, ocorrida no dia 29, foi uma tentativa frustrada de deixá-lo constrangido ou "de calça curta", nas palavras dele. "Eu não tinha me pronunciado antes sobre o assunto porque estava esperando que a obra fosse realmente concluída, o que não aconteceu até agora pelo que eu pude observar pessoalmente e pelo que os moradores da região me informam", ressaltou.
O vereador falou também sobre a possível debandada do PSL, partido ao qual ele é filiado, para a nova legenda a ser fundada pelo presidente Bolsonaro. Diferente dos outros pesselistas, Edvânio afirmou que ele e o vereador Márcio Marques irão permanecer no partido. A possibilidade de Edvânio assumir o comando do diretório no município é real.
"É uma possibilidade, mas que depende ainda de muitas variantes. O presidente local já se manifestou que deve ir para o partido que o presidente Bolsonaro vai fundar e, antes disso, de certa forma, ele já havia excluído a mim e ao Márcio Marques ao dizer que não queria vereador de mandato disputando a eleição pelo partido. Então, se ele realmente seguir o Bolsonaro, eu como político de mandato, tenho preferência para o diretório local", declarou.
Para o parlamentar, a saída da ala que ele classifica como "mais radical" não deverá esvaziar o partido.
"Antes preciso explicar que continuo apoiando o presidente Bolsonaro, mas os radicais ficam presos à ideia de que o mito conseguiu se eleger sem fazer campanha, usando só as redes sociais, e acham que vão conseguir se eleger só usando o nome do Bolsonaro. Mas quem entende um pouco de política, sabe que não é bem assim, que é bem difícil conseguir eleger vereador sem ter figuras que realmente agregam votos. Com a saída deles do partido, vai abrir espaço para outros bolsonaristas, que não concordam com essas ideias radicais, entrarem no PSL. Temos tempo para formar uma forte base", ressaltou.