Caso Marielle: Witzel anuncia que processará Bolsonaro
Governador do RJ afirma que presidente "passou dos limites" ao acusá-lo de manipular investigações policiais para prejudicar a família
Após ser acusado de “manipular” as investigações dos assassinatos da vereador do PSol Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes para supostamente envolver o nome da família Bolsonaro no crime, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), prometeu, nesta quinta-feira (21/11/2019), processar o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Desde que a TV Globo levou ao ar no Jornal Nacional uma reportagem revelando que um dos porteiros do condomínio onde Bolsonaro tem casa, no Rio, citou o nome do hoje presidente em depoimento à polícia sobre o caso, o chefe do Executivo federal dá seguidas declarações enfurecidas contra o governador do RJ. Nesta quinta pela manhã, o presidente declarou, ligando a investigação da polícia fluminense às ambições presidenciais de Witzel.
“Acabaram as eleições e ele botou na cabeça que quer ser presidente. Direito dele e de qualquer um de vocês. Mas ele botou na cabeça destruir a reputação da família Bolsonaro. A minha vida virou um inferno depois da eleição do senhor Wilson Witzel, lamentavelmente”, disse.
O porteiro disse no primeiro depoimento à polícia do RJ que um dos envolvidos nas execuções de Marielle e Anderson havia entrado na propriedade após ser autorizado por alguém da residência, a quem ele identificou, pela voz, como “seu Jair”. Nesta semana, à Polícia Federal, o porteiro recuou e disse que havia errado ao citar o nome de Bolsonaro.
O chefe do Executivo culpou na transmissão semanal pelo Facebook que faz desde o início do governo, mais uma vez, a TV Globo por relacionar seu nome ao caso. “Lamentavelmente, a TV Globo fez a matéria, mesmo dizendo que eu não estava no Rio de Janeiro, mas fez a matéria. Então lançou essa suspeita sobre o meu nome. TV Globo acertada com alguém aí que conduziu o inquérito”, afirmou.