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Grupo ligado ao Al-Qaida atacou base militar dos EUA no Quênia

O grupo extremista Al-Shabab, que opera sob instruções do movimento terrorista Al-Qaida, reivindicou o ataque

Por Notícias ao Minuto 05/01/2020 13h01
Grupo ligado ao Al-Qaida atacou base militar dos EUA no Quênia
Grupo ligado ao Al-Qaida atacou base militar dos EUA no Quênia - Foto: REUTERS / Kevin Lamarque

Um grupo ligado ao movimento terrorista Al-Qaida invadiu hoje uma base militar do Quênia usada pelas forças norte-americanas, destruindo aviões e veículos das forças armadas dos Estados Unidos, segundo as autoridades quenianas.

O grupo extremista Al-Shabab, que opera sob instruções do movimento terrorista Al-Qaida, reivindicou o ataque, o primeiro desta organização contra forças norte-americanas no Quênia, na África oriental.

As autoridades do Quênia não forneceram informações sobre a existência de vítimas, das forças norte-americanas ou quenianas, mas confirmaram a morte de quatro dos atacantes.

Uma declaração do Comando dos Estados Unidos da América (EUA) na África, emitida horas depois de o grupo Al-Shabab ter divulgado fotos de aviões norte-americanos em chamas, disse que ainda está em curso uma avaliação dos danos no aeródromo de Manda Bay, que está a ser usado pelas forças militares.

As forças armadas norte-americanas dizem que "os relatórios iniciais refletem danos em infraestruturas e em equipamentos", enquanto a autoridade de aviação civil do Quênia reportou que a pista de aterragem do aeródromo foi fechada.

O grupo Al-Shabab, com sede no país vizinho da Somália, assumiu a responsabilidade pelo ataque e afirmou que o combate "intenso" contra as forças norte-americanas irá continuar.

O Quênia é uma base fundamental para o combate contra organizações extremistas em África e o aeródromo de Manda Bay é utilizado para treino e apoio a parceiros das forças norte-americanas na região, na luta contra grupos terroristas.

No passado, o Al-Shabab tinha atacado bases militares norte-americanas na Somália, mas é a primeira vez que realiza um ataque desta dimensão no Quénia, com vários analistas a considerar que este gesto pode significar uma escalada significativa de campanha terrorista na região.

Andrew Franklin, ex-fuzileiro naval e especialista em questões militares em África, disse hoje que "o lançamento de um ataque deliberado contra uma base permanente ocupada pelas forças militares dos EUA exige muito planejamento, ensaios, logística e capacidade operacional".

O ataque de hoje ocorre depois de um ataque aéreo norte-americano no Iraque que vitimou o general Qassem Soleimani, comandante de uma força de elite iraniana, espoletando uma escalada de tensão no Médio Oriente.