[Vídeo] Homem relata ter sido ameaçado de morte por seguranças do prefeito de Palmeira
Denunciante revela que a esposa ganhou um cargo comissionado na prefeitura e que recebia dinheiro para não criticar a gestão.
Circula nas redes sociais um vídeo em que um homem afirma que foi ameaçado por capangas do prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar (PSB). A motivação da ameaça teria sido a denúncia do abandono do bairro em que a vítima reside. O denunciante vai mais além e revela um acordo com o prefeito, onde recebia dinheiro semanalmente para que parasse de mostrar nas redes sociais o que havia de errado na gestão.
O profissional autônomo Emanuel dos Santos Lins, conhecido como “Bira”, revelou com riqueza de detalhes ao 7segundos um esquema que tinha com o prefeito Júlio Cezar, onde recebia vantagens da administração pública para não falar mal do gestor. Em troca, a esposa dele chegou a assumir um cargo em comissão na Prefeitura e ele recebia dinheiro semanalmente.
O atraso no pagamento provocou Bira a produzir áudios e vídeos com reclamações. O fato deixou o prefeito irritado e provocou até ameaças de morte.
Num vídeo que circula nas redes, Bira relata que foi ameaçado por seguranças de Júlio Cezar e que sua esposa e filhos estão saindo de casa temendo pela própria vida. “Três seguranças seus me ameaçaram de morte. A mando seu. Por sinal, ameaçaram na sua frente. Minha esposa está indo embora com meus filhos porque está com medo do senhor mandar seus seguranças cumprirem a ameaça. Minha esposa e filhos estão indo embora da minha própria casa, mas eu vou ficar”, diz o denunciante.
Ainda no vídeo, com expressões firmes, o ameaçado diz ter recebido dinheiro para não fazer críticas à gestão e faz referências a Júlio Cezar. “O senhor [prefeito] vinha me pagando pra eu ficar calado. O senhor me chamou lá no Marinete Neves, aí botou minha esposa pra trabalhar e botou eu pra receber clandestino lá na Finanças. Num foi assim? 200 reais por semana”, disse.
Ao 7segundos, Bira revelou ainda que o dinheiro era repassado pelo secretário de Finanças, Gutemberg, sempre às segundas-feiras. “Eu assinava um recibo e pronto. Depois ele parou de dar o dinheiro. Aí eu fui e reclamei”.
Quando questionado se conseguiria identificar as pessoas que o ameaçaram, Bira revelou nomes e testemunhas.
“Um segurança chamado Reis me levou pra trás do Marinete Neves, começou a dizer coisas [ofensas] comigo e disse que se tivesse me encontrado ontem tinha me matado, que uma hora dessas num era pra eu ta lá não, já era pra ter me matado porque ele ganha pra isso. Depois ele foi chamar o prefeito. Quando o prefeito veio até mim, disse que eu ia ter que desfazer o áudio que eu tinha feito, e que se eu não desfizesse ia ser pior”, relata fazendo referência ao dia do sorteio das casas do conjunto Brivaldo Medeiros.
A vítima não soube revelar o nome das outras pessoas que o teriam ameaçado, mas destacou características. “Tinha um senhor, magro, que usa óculos. O outro é um galego, baixinho. O prefeito tem quatro seguranças. Um é índio, mas ele nunca disse nada comigo. Quem me ameaçou foi os outros três. O baixinho meteu o dedo nos meus peitos e mandou eu engolir a língua e se soubesse que eu falei qualquer coisa do prefeito me mataria. Do mesmo jeito o galego”, explicou.
Ainda segundo Bira, o funcionário do prefeito identificado como Edemir Goes o levou para um local distante para fazer um vídeo com um pedido de desculpas. “O Edemir jogou esse vídeo nas redes sociais”, revelou.
O 7segundos entrou em contato com a assessoria do Prefeito Júlio Cezar, mas até o fechamento da matéria não obteve respostas.
Veja o vídeo: