Motoristas com carros locados à prefeitura de Arapiraca passam dificuldades financeiras
Trabalhadores com veículos na Saúde estão com salário atrasado, e na Educação, pagamentos foram suspensos

Os motoristas que prestam serviços à prefeitura de Arapiraca, com veículos locados por meio de cooperativas, novamente passam por graves dificuldades financeiras devido a falta de pagamento. Aqueles que prestam serviço para a Secretaria Municipal de Saúde completam mais uma vez dois meses de salários atrasados, enquanto os motoristas dos ônibus escolares, que tiveram o pagamento suspenso em decorrência da paralisação das aulas, sofrem devido a falta de renda.
“O ônibus era o sustento da família. A gente entende que as aulas tinham mesmo que ser suspensas, mas o município deveria olhar para as pessoas que dependem desse trabalho para sobreviver. Mas como os motoristas não são funcionários da prefeitura e o contrato deles é com a cooperativa, é como se os motoristas não existissem”, afirma a esposa de um motorista, que é proprietário de um ônibus locado ao município para fazer o transporte de alunos da rede municipal.
Ela conta que o último pagamento recebido pelo esposo correspondeu aos últimos dias trabalhados no mês de março e, com as medidas para manter o distanciamento social, não tem como saber quando voltará a prestar o serviço. “Meu marido deu entrada no auxílio emergencial, mas não foi aprovado. Estamos sem renda, as contas estão atrasando, e nem com o cartão de crédito podemos contar porque foi bloqueado. Usava para pagar o óleo do ônibus depois que o posto decidiu que não aceitava mais esperar a gente receber o pagamento. Então a gente deve o posto e deve o cartão”, afirma a dona de casa, explicando que, na cooperativa que o esposo trabalha, os motoristas não recebem combustível.
A mulher procurou o 7Segundos para fazer um apelo para que o poder público tome providências em relação à situação dos motoristas contratados pelo município por meio de cooperativas. Além dos pagamentos salários suspensos, ela conta que o marido não recebeu pagamento referente ao serviço prestado nos meses de agosto e setembro do ano passado. De acordo com ela, nesse período os motoristas rodaram sem contrato, mas depois a prefeitura teria repassado à cooperativa 50% do valor. Só que o dinheiro não chegou aos trabalhadores.
“Esse não é o único problema envolvendo a cooperativa. Todos os meses era descontado R$ 1 mil do pagamento e eles alegavam que esse valor seria para uma situação de emergência. Estamos agora em uma situação de emergência e ninguém viu a cor desse dinheiro. No ano passado, quando a cooperativa ganhou a licitação, também prometeu aos motoristas um aumento, só que até hoje não teve reajuste nenhum. Esses problemas são com a cooperativa, mas a prefeitura não toma nenhuma atitude quanto a isso, não deveria virar as costas”, reclamou.
Os motoristas que possuem carros de passeio locados e trabalham nas unidades e na Secretaria Municipal de Saúde, também estão à míngua. Eles não receberam os meses de março e abril. Vários também deram entrada no auxílio emergencial, mas devido à movimentação bancária nos meses anteriores, a maioria teve o benefício reprovado. Os trabalhadores também não foram contemplados com cestas básicas.
“Teve uma mudança de cooperativa e eles pediram para a gente enviar nossos documentos online. Eles disseram que passaremos a ter uma data fixa para receber, todo dia 10. Mas como essa nova cooperativa só começou no dia 1o, de maio, só teremos o primeiro pagamento dela no mês que vem. Em relação a esses atrasados, ninguém sabe como vai ser. Ninguém fala mais nada, acho que se aproveitam dessa questão do coronavírus. A única informação que a gente tem é que esse dinheiro não vai sair até a semana que vem”, afirmou um dos motoristas da Saúde.
O motorista e a esposa do proprietário de ônibus falaram com o 7Segundos com a condição de não terem os nomes divulgados. Ambos relataram conhecer casos de motoristas que reclamaram publicamente sobre atrasos nos pagamentos e que foram expulsos da cooperativa.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de Arapiraca e aguarda um posicionamento oficial sobre o assunto.
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