Crise muda de patamar com pressão de Bolsonaro sobre o STF
Presidente adere ao fanatismo de seus seguidores e sugere prisão ao ministro Celso de Mello; crise terá novos depoimentos nesta semana na PF

Nesta semana, o ex-patrono de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral, o empresário Paulo Marinho, prestará depoimento no inquérito que investiga a interferência presidencial na Polícia Federal.
Depois de passar um longo período escondendo os supostos atos criminosos da primeira família, Marinho, que é candidato a prefeito do Rio, estará no centro dos holofotes. Seu depoimento poderá revelar se tem, de fato, algo a acrescentar nas investigações.
Com ou sem provas, no entanto, Bolsonaro deu demonstrações no fim de semana de que não pretende atuar com as armas do processo judicial para provar o caráter republicano de suas intenções ao mexer no comando da PF e na superintendência da corporação no Rio.
A reunião de 22 de abril, divulgada pelo ministro Celso de Mello, parece ter funcionado como gatilho para a radicalização do discurso bolsonarista. O golpismo no comportamento de apoiadores e de integrantes do governo, presente tanto na reunião de abril quanto nos minguados atos deste domingo, é prova disso.
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O presidente da República usou suas redes para sugerir a prisão do ministro do STF que o investiga pela lei de abuso de autoridade, que proíbe vazamento de interceptações e mensagens que não tenham contexto com o ato investigado e que possam expor e constranger o alvo do processo. Não é o caso em questão, mas Bolsonaro preferiu deliberadamente seguir o caminho do ministro Abraham Weintraub, que também falou em cadeia para os “vagabundos do STF”.
O desrespeito à liturgia do cargo e ao convívio entre os poderes está mais do que posto. Para desgraça do bolsonarismo, o decano do STF, como asseguram seus colegas de Corte — que se aposentará em novembro –, não é magistrado de se acovardar diante de gritos – já viu isso no julgamento do mensalão, com os petistas igualmente aloprados — nem finalizará sua carreira sendo tutelado por arroubos autoritários.
Enquanto as mortes na pandemia avançam sem que haja comando nem linha de ação definida no governo central, a crise política alimentada pelo palácio a cada dia só tende a se agravar.
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