Pandemia não desanima maioria a cursar faculdade em 2020, diz estudo
Estudo da MKT4EDU mediu o impacto da covid-19 nas matrículas para o 2° semestre de 2020 e 65% seguirá com o projeto universitário

O estudo mais completo sobre os impactos da pandemia para o Ensino Superior no Brasil, realizado em três ondas durante a pandemia no mês de maio de 2020, pesquisou cinco mil candidatos inscritos, de 34 Instituições de Ensino (IES) do país, entre 17 e 50 anos, e confirmou que 65% deles pretendem se matricular para o Ensino Superior a partir dos vestibulares de julho.
A pesquisa realizada pela MKT4EDU, com a coordenação técnica dos professores Fernando Serra e Leonardo Vils da Uninove, aponta que, embora 89% dos candidatos declarem ter sofrido restrições financeiras devido ao coronavírus, o relaxamento do efeito covid-19 ao longo das diferentes semanas em que foram entrevistados durante o isolamento, mostrou o crescente interesse em se matricular numa faculdade. Mais da metade dos entrevistados, 65%, afirma que irá seguir com a educação universitária mesmo que isso envolva a troca do instituto de ensino superior escolhido.
“A maioria das pessoas quer estudar, independente dos desafios que a pandemia esteja impondo a elas. A maioria ainda privilegia o ensino presencial, mas está disposta a ter as aulas remotamente até que possam voltar a ser nas instituições, quando tudo isso passar. O importante agora é que as instituições façam com que suas comunicações cheguem aos candidatos e que as mesmas viabilizem alternativas dentro deste novo normal para que os candidatos se matriculem”, afirma Gustavo Gonçalves, CEO do mkt4edu.
O estudo dividido em etapas diferentes da pandemia conclui que há um comportamento comum em situações, como a que o mundo vive atualmente, conhecido como desconto hiperbólico. “O desconto hiperbólico tem relação com a preferência pelas recompensas imediatas. Tendemos a preferir a antecipação de recompensas do presente, mas podemos postergá-las no futuro. Um mesmo período de tempo é visto de maneira diferente no presente e no futuro. Educação tem um custo presente, com recompensa futura, assim há um conflito entre evitar o custo (recompensa imediata) ou incorrer no custo (com benefício futuro). Medo, apreensão e incertezas relacionadas à pandemia podem influenciar a escolha pelo benefício imediato de evitar o custo. Com o passar do tempo, passamos a conviver com o problema e nos acostumar. Em Psicologia Social sabemos que um estímulo é tão importante quando a surpresa que causa, assim, ao desenvolvermos familiaridade com um estímulo, deixamos de notá-lo. Nossa análise engloba esses dois conceitos, a familiaridade com o estímulo e o desconto hiperbólico. A familiaridade com o estímulo diminui a antecipação dos benefícios (evitar o custo)”, comenta o professor Leonardo Vils.
“Outros estudos, com menor abrangência e foco no perfil de entrevistados feitos no início da pandemia, indicavam que um a cada três ou quatro jovens em idade universitária não pretendia cursar a faculdade em 2020. No entanto, com efeito do desconto hiperbólico, nosso estudo revela que este número passa a ser dois em cada três jovens que revelam sua restrição financeira, pretendem se matricular em uma faculdade”, comenta o professor Fernando Serra.
A pesquisa revelou também que 89% dos respondentes tiveram a renda familiar afetada de alguma forma durante este período de quarentena e mais de 45% foram muito afetados. Isso influencia na decisão de não cursar a faculdade, neste ano, para um em cada três entrevistados. Do total de pesquisados, 52% declararam ganhar menos de dois salários mínimos, e 81% têm até 4,5 salários mínimos de renda familiar.
No Brasil, o acesso a cursos de graduação continua muito restrito. Segundo os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no passado, apenas 32,7% dos jovens, entre 18 e 24 anos, estavam matriculados em alguma instituição de ensino superior.
“O cenário da educação superior no Brasil hoje é o pior da América Latina. E o novo mercado de trabalho que se forma rapidamente como reflexo da pandemia precisará ainda mais de jovens com alto grau de conhecimento técnico e capacidade de adaptação para garantir suas carreiras e sucesso. A determinação da maioria dos potenciais universitários brasileiros, apontada no estudo, é mais do que uma boa notícia, é a comprovação do fortalecimento dessa geração diante da experiência que os desafia”, conclui Gonçalves.
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