Saúde

Sobrecarga em Centro de Triagem é consequência de limitação de atendimento em unidades do município

Segundo coordenadora, muitos dos pacientes atendidos procuraram primeiro unidades municipais

Por 7Segundos 01/07/2020 17h05
Sobrecarga em Centro de Triagem é consequência de limitação de atendimento em unidades do município
Na chegada, paciente passa por triagem antes de ser encaminhado para atendimento médico - Foto: Ewerton Silva/ 7Segundos

Inaugurado há menos de três semanas pelo governo estadual, o Centro de Triagem de Arapiraca, localizado no Ginásio João Paulo II atende, a cada plantão de 24h, um número cada vez maior de pessoas com sintomas de Covid-19. Nos últimos dias, de acordo com a enfermeira Jackeline Maria Barbosa Almeida, coordenadora do serviço, a média tem sido de 350 a 400 pessoas por dia, e esse número só aumenta. 

A grande demanda por atendimento, de acordo com ela, decorre entre outros motivos da limitação da quantidade de atendimentos feitos em unidades de referência do município, como Unidade Sentinela, 5 Centro de Saúde e Centro de Referência Integrado de Arapiraca (Cria), os mais procurados pela população. “Estamos recebendo muitos pacientes de outras unidades porque o município tem limitado o quantitativo de testes diários aplicados. Esse é um dos motivos do acúmulo de pacientes. E também porque muitos deles, mesmo tendo sido atendidos em outras unidades, querem fazer teste fora da janela de testagem”, declarou.

Diferente das unidades mantidas pela prefeitura de Arapiraca, como a Central de Triagem não limita a quantidade de exames, o serviço chegou a ficar sem unidades de testes disponível, como aconteceu na última segunda-feira (29). 

“Atendemos todos os dias um fluxo muito grande e como não limitamos a quantidade de atendimentos, aconteceu de atendermos mais gente do que o esperado e chegamos a ficar um horário sem testes, aguardando a chegada deles. Mas a situação já foi regularizada”, confirmou.

Jackeline Almeida afirma que, para reduzir um pouco o volume de pessoas na fila de espera, enfermeiras fazem uma triagem para tentar identificar pacientes que já foram atendidos em outras unidades, mas mesmo assim todos que buscam o primeiro atendimento e estão com sintomas leves de Covid-19 são atendidos. A enfermeira esclarece que o objetivo da Central de Triagem é fazer o atendimento precoce, quando o paciente passa a sentir os primeiros sintomas, com o objetivo de iniciar o tratamento e impedir que a doença evolua para estágios mais graves, que necessitam de internação.

“O atendimento precoce é importante, mas as pessoas precisam compreender que o teste rápido não avalia a presença do vírus, mas a resposta imunológica do organismo, que acontece entre oito e mais precisamente dez dias após o contato com o vírus. Se o teste é feito fora desse período, pode ter como resultado um falso negativo, por isso não adianta omitir o prazo do início dos sintomas porque aquele teste pode ser perdido. E como estamos em uma pandemia, precisamos ter o cuidado para não perder testes para não faltar lá na frente”, explicou.

Plantão

O Centro de Triagem funciona 24h e conta, por plantão, com três médicos, três enfermeiros, um assistente social, sete assistentes administrativos e um supervisor. Ao chegar no local, o paciente passa pela triagem com um dos enfermeiros e depois é encaminhado para atendimento médico. Apesar de geralmente o movimento no local ser intenso durante o dia, no período noturno normalmente o tempo de espera pelo atendimento é menor.

Caso a pessoa esteja com sintomas de contaminação pelo coronavírus há 10 dias, é encaminhada para a sala de testes. Depois, aguarda de 15 a 20 minutos pelo resultado e, em caso positivo, volta a ser atendido pelo médico.

“Os pacientes são medicados e toda a medicação que tem no serviço é liberada. As medicações que são solicitadas na receita médica que não tem no serviço, o paciente é orientado para fazer a compra. Mas o kit de tratamento, que é azitromicina, dipirona, geralmente temos disponível para os pacientes”, declarou.

Os pacientes que são diagnosticados com Covid-19 também são orientados a dar continuidade no tratamento na Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência na localidade onde ele mora.

No caso do paciente que apresenta os sintomas, mas ainda não está na janela de testagem, ele também é atendido pelo médico, que pode prescrever medicação, e informar a data em que ele deve retornar para fazer o teste.