Arapiraca

Exclusão de ruas em obras de pavimentação causa transtorno e revolta em moradores

Prefeitura de Arapiraca deixa ruas de fora de “maior” programa de pavimentação

Por 7segundos 14/07/2020 07h07
Exclusão de ruas em obras de pavimentação causa transtorno e revolta em moradores
Chuvas abriram buraco que impedem a passagem de veículos na rua Maria Celestina, em Arapiraca - Foto: cortesia

Enquanto executa o “maior” programa de pavimentação da prefeitura de Arapiraca, a decisão de deixar alguns logradouros de fora do projeto, está gerando transtornos, revolta e questionamentos sobre o destino dos recursos das obras, em sua maioria do governo federal por meio de emendas parlamentares da bancada alagoana, e também sobre a suspeita de, nas documentações oficiais, essas ruas aparecerem como pavimentadas.

Essa é a situação da rua Maria Lima de Araújo, no bairro Cavaco, que é mais conhecida como rua Rafael Torquato pelos moradores. Mas se for buscar o endereço pela internet, o nome aparece como Maria Duda, que é também como os Correios conhecem o nome da rua. As faturas de água e de energia, no entanto, continuam vindo com o nome de Rafael Torquato.

“Moro há 20 anos nessa rua, e a gente sempre conheceu como Rafael Torquato, mas a verdade é que nem uma identidade real a gente tem. Dizem que é porque a rua, com esse nome, já está calçada, então é necessário mudar o nome para poder receber recurso para calçar. Mas mesmo com tantos nomes, a nossa rua nunca foi calçada e parece que dessa vez também não vai ser”, afirma um morador.

Apesar de a prefeitura de Arapiraca ter noticiado, na sexta-feira passada (10), que o “maior” programa de pavimentação está passando pelo bairro Cavaco e irá calçar mais de 5 mil metros quadrados em cinco ruas. A rua Maria Lima de Araújo ou Rafael Torquato está fora do projeto, apesar de ter apenas 200 metros de extensão. As ruas adjacentes ou já foram pavimentadas ou estão em obras. No mês passado, os moradores dessa rua estavam se unindo para tentar impedir a obra na rua Francisca Paula de Jesus, que deixaria a rua onde moram sem escoamento de água da chuva, provocando buracos e poças de lama que tornariam a rua intransitável, mas sem o apoio de outros moradores do bairro, as obras tiveram prosseguimento.

Situação semelhante se repete em outros pontos da cidade, como a rua Maria Celestina, no bairro Santa Edwirges, e a avenida Nossa Senhora da Conceição, no bairro Batingas. Em ambas, todas as ruas adjacentes a ela são pavimentadas e não há projeto para elas. No mês passado, os moradores da avenida Nosse Senhora da Conceição ficaram animados quando viram um caminhão despejar areia e paralelepípedos no começo da avenida, que na verdade foram utilizados para fazer reparo na entrada do povoado Pau d’Arco, que já é calçado.

Os moradores afirmam ter recebido informações de que a avenida “oficialmente” foi calçada, apesar de os buracos, a lama e o barro mostrarem exatamente o contrário. “É um comentário que é frequente por aqui. Mais de uma vez vieram técnicos da prefeitura fazer as medições para calçar, mas como isso nunca se concretizou, então se fala que nos documentos da prefeitura, a rua já é calçada”, declarou um morador, que denunciou a situação ao 7Segundos.

Segundo ele, a falta de pavimentação se tornou até mesmo um problema de segurança para os moradores da região, uma vez que os veículos só conseguem passar pelo local em velocidade reduzida, criminosos aproveitam para fazer assaltos.

Mas a lista de ruas “abandonadas” é ainda maior. Ela inclui também a Rua dos Nativos, localizada no bairro Zélia Barbosa Rocha. Conforme matéria publicada pelo 7Segundos no domingo, todos os dias veículos de motoristas desavisados ficam atolados na rua, em decorrência de uma inação de esgoto, que deixa o barro encharcado. A rua fica localizada no Loteamento Porto Seguro, que também faz parte do projeto de pavimentação. A obra está sendo executada pela Codevasf e tem orçamento de R$ 9,7 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional. Mesmo assim, a Rua dos Nativos e a rua Maria Celestina do Nascimento não serão calçadas.

Já no bairro Guaribas, não foram uma ou duas ruas esquecidas pelo poder público. São várias, apesar de o próprio prefeito Rogério Teófilo ter garantido para o presidente da associação dos moradores do loteamento Jacarandá, localizado no bairro, que já estão em caixa R$ 15 milhões para obras de pavimentação nas Guaribas, Verdes Campos, Canafístula e Cangandu. Diante dos transtornos, que são ainda maiores em período de chuvas, os moradores do residencial organizaram um abaixo-assinado solicitando que a prefeitura inicie as obras de pavimentação pelo bairro.