Arapiraca

Mais de 700 pacientes são atendidos em projeto pioneiro do HE do Agreste

Implantado em 2014, o projeto de humanização já atendeu 702 pacientes e familiares

Por 7 segundos com Assessoria 26/08/2020 14h02
Mais de 700 pacientes são atendidos em projeto pioneiro do HE do Agreste
Equipe do projeto e da filha Vera Lúcia com o pai João Antônio - Foto: Davi Salsa/Assessoria

Após sofrer uma queda e fraturar a tíbia da perna direita, no final do mês de junho deste ano, o agricultor João Antônio da Silva, de 76 anos, recebeu atendimento médico e passou por cirurgia especializada no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca. Residente na zona rural do município, o idoso fará agora outra cirurgia de segundo tempo, no Hospital Chama. Mesmo depois de dois meses do ocorrido, João Antônio e familiares continuam recebendo apoio e assistência do HE do Agreste, por meio da equipe multidisciplinar do Projeto Preparando a Volta Para Casa. Implantado em 2014, o projeto de humanização já atendeu 702 pacientes e familiares até a segunda semana deste mês de agosto, nas residências e também em parceria com outras unidades de saúde no interior de Alagoas.

A equipe que faz o acompanhamento após a alta hospitalar é formada por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, cirurgiões, assistentes sociais e enfermeiros do HE do Agreste. O grupo conta com o apoio da professora-doutora Ana Paula Nogueira, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), campus de Arapiraca.

Vulnerabilidade social


Segundo revela a coordenadora do projeto, a psicóloga Mônica Leal, o grupo assistia apenas a pacientes com sequelas neurológicas, e com o apoio da gerência do hospital e apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a equipe passou a acompanhar pacientes com sequelas ortopédicas, emocionais e sociais. “Fazemos uma análise da situação de cada paciente, sobretudo aqueles cuja estrutura familiar é fragilizada, moradores de rua ou pessoas que estão com sequelas graves dos acidentes”, explica.

No caso do paciente João Antônio da Silva, a coordenadora do projeto lembra que uma filha residia em São Paulo e outra, Vera Lúcia, está se recuperando de um tratamento de saúde. “Decidimos acompanhar a família e o paciente para assegurar a recuperação adequada e melhor adaptação na volta para casa”, salienta Mônica Leal.

Ela acrescenta que o objetivo do projeto é preparar a adaptação do ambiente familiar à rotina e às novas necessidades do paciente que sofreu algum tipo de lesão grave ou funcional, que permanece mesmo depois de completada a evolução clínica, para que o indivíduo tenha assegurado um cuidado humanizado em sua residência.

Dois meses após o acidente que provocou a fratura da tíbia na perna, o paciente João Antônio da Silva apresentou outras comorbidades e continua sendo acompanhado pela equipe do projeto, que é pioneiro entre os hospitais públicos em toda a Região Nordeste.  “Agradeço muito a atenção dessa equipe maravilhosa a meu pai e a toda nossa família. Meu pai vai fazer outra cirurgia e, com fé em Deus, vai dar tudo certo”, declara a filha Vera Lúcia da Silva.

Nas cidades onde funciona o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), a equipe do HE do Agreste também trabalha de forma conjunta, também em parceria com as secretarias municipais de Saúde, Assistência Social e outros órgãos que possam ajudar na recuperação do paciente no próprio domicílio.

Mônica Leal diz que, devido ao alcance e resultados do projeto, as ações de humanização recebem o apoio regional do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).

A coordenadora lembra que a equipe também realiza campanhas periódicas para a prevenção de violência doméstica, tentativas de suicídio, além de ações dentro da programação do Janeiro Branco, que trata da saúde mental das pessoas e do Maio Amarelo, na prevenção de acidentes no trânsito. “Precisamos muito do apoio da sociedade e de todos os órgãos governamentais, para que possamos continuar ajudando os pacientes e suas famílias na recuperação da vida de tantas pessoas”, acrescenta.