TikTok acata nova regulamentação chinesa e coloca em xeque venda nos EUA
Pela primeira vez desde 2008, China modifica lista de tecnologias sujeitas a restrições ou proibições de exportação
O grupo chinês Bytedance, dono do aplicativo de vídeo TikTok, anunciou neste domingo (30) que vai cumprir as novas regulamentações de exportação impostas pela China, o que dificultaria a venda das atividades da empresa nos Estados Unidos.
O TikTok está em meio a tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China. No início de agosto, Trump chegou a assinar um decreto que proíbe em 45 dias qualquer transação com a ByteDance.
Trump citou uma "urgência nacional" em sua medida contra o aplicativo, acusado pelo mandatário, sem provas, de espionar os usuários americanos para Pequim.
O Ministério do Comércio chinês estendeu na sexta-feira (28) as regras aplicadas por Pequim às "tecnologias para uso civil", referentes à importação e exportação de tecnologias.
É a primeira vez desde 2008 que a China modifica sua lista de tecnologias sujeitas a restrições ou proibições de exportação.
Segundo um professor citado pela agência de notícias chinesa Xinhua, essa mudança pode significar que a Bytedance terá que obter autorização do governo chinês para vender seu aplicativo de vídeo a uma empresa americana.
No início desta semana, o presidente do TikTok, Kevin Mayer, deixou a empresa, poucos dias após ela abrir um processo contestando as decisões do governo americano.
O TikTok, que teve 175 milhões de downloads nos Estados Unidos e mais de 1 bilhão em todo o mundo, explica em sua ação judicial que as decisões de Trump são motivadas por questões políticas e financeiras, e não por questões de segurança nacional.
O decreto de Trump seria um abuso à lei federal "International Emergency Economic Powers Act", uma vez que a plataforma não representa "uma ameaça incomum ou extraordinária", argumentou o aplicativo de vídeos.